Os problemas psicológicos exigem cuidados urgentes. Eles são recorrentes na sociedade, desde antes da epidemia do coronavírus. Por isso, o atendimento psicológico é essencial para tratá-los, mas nem sempre é possível que seja feito de forma presencial. Dificuldades como morar longe de consultórios ou até ser de outro país são alguns dos motivos para procurar a alternativa on-line, como fala a psicóloga Névia Rocha.
A profissional, que atende pacientes de forma virtual desde antes da epidemia, defende que o atendimento on-line segue o padrão da sessão presencial, sendo feito por chamada de vídeo do WhatsApp ou Skype. Tendo a mesma serventia do atendimento presencial, com o diferencial de poder atender pacientes que moram longe de consultório ou de outros países.
“A única diferença entre o atendimento on-line e presencial é o ambiente em que é feito”, afirma a especialista. “O on-line tem a praticidade de ser realizado da casa do paciente ou do local em que ele se encontre. É ótimo para pessoas que têm pouca disponibilidade de tempo. O atendimento on-line é excelente para esse momento em que estamos em isolamento, mas também é muito utilizado em épocas comuns”.
Névia também ressalta a importância de cuidar da saúde mental nesse momento, “é essencial para conseguir lidar com as emoções, insegurança e medo de tudo que estamos vendo.” Ainda dá conselhos para esse período: “Respeitar seu tempo, não se cobrar tanto e evitar fazer planos a longo prazo podem diminuir ansiedade em tempos de pandemia”. E alerta sobre pessoas próximas que podem estar precisando de ajuda profissional:
É possível perceber que alguém precisa de ajuda quando seu comportamento muda drasticamente, quando ela passa a se isolar e evitar pessoas e lugares que antes eram bons pra ela.
O Conselho Federal de Psicologia flexibilizouo atendimento on-line e recomendou a suspensão imediata das atividades presenciais realizadas por psicólogos, seguindo as instruções da Organização Mundial da Saúde (OMS).
Em um relatório postado em 2019, a OMS apontou o Brasil como o país com mais pessoas que têm ansiedade do mundo. Mais de 9% da população convive com o transtorno, totalizando 18,6 milhões de brasileiros. E, segundo estudo da Universidade Estadual do Rio de Janeiro (UERJ), publicado pela The Lancet, casos de ansiedade mais que dobraram, e os de depressão aumentaram quase que 90% durante a pandemia de Covid-19.
Diversos psicólogos que antes atuavam de forma apenas presencial, já estão oferecendo o atendimento on-line, além uma infinidade de profissionais, como a Névia Rocha (@psicologa.neviarocha) que já atendiam virtualmente. Há também plataformas especializadas, como a Vittude, e entidades que estão oferecendo o atendimento de forma gratuita para a população durante esse período, como o Círculo Psicanalítico do Rio de Janeiro.
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Por João Maurício Maturana – Fala! UFRJ