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Abraham Weintraub anuncia sua saída do Ministério da Educação

Nesta quinta feira (18/06), o agora ex-ministro da Educação, Abraham Weintraub, postou, em sua conta no Twitter, um vídeo ao lado do presidente Jair Bolsonaro em que anuncia sua saída do Ministério da Educação. A decisão foi tomada depois de diversas crises entre o ministro e algumas instituições, como o STF, erros de português, troca de farpas contra outras nações e guerra contra os estudantes do Brasil.

No vídeo, Weintraub diz não querer discutir os motivos de sua saída, mas que aceitou um convite para um cargo de diretor no Banco Mundial, em Washington, e que irá levar sua família e sua cadelinha, Capitu.

Neste momento, não quero discutir os motivos da minha saída, não cabe. O importante é dizer que recebi convite para ser diretor de um banco, eu já fui diretor de um banco no passado, volto ao mesmo cargo, porém, no Banco Mundial.

O ex-ministro não informou quem será o próximo ministro da Educação, mas que passará o bastão nos próximos dias. O atual presidente da República mostrou apoio ao economista que, ao fim do vídeo, pediu-lhe um abraço amigável

As crises do Ministério

Durante seus 14 meses de mandato, Weintraub já acumulou 3 inquéritos no Supremo Tribunal Federal. Em um desses inquéritos, é investigado sobre o suposto crime de racismo contra os cidadãos chineses, em que ele ridicularizou o fato de alguns chineses, quando falam português, efetuarem a troca da letra “R” pela “L”, através de uma postagem no Twitter no começo de abril.

Weintraub ofende chineses no Twitter
Weintraub faz postagem ofensiva a chineses no Twitter. | Foto: Reprodução Twitter.

Em outro, é investigado por crime de injúria após a divulgação do vídeo da reunião ministerial do dia 22 de abril, em que chama os ministros do STF de vagabundos e defende a prisão deles. No terceiro, é investigado pelo inquérito das fake news, acusado de propagar informações falsas nas redes sociais.

Eu, por mim, botava esses vagabundos todos na cadeia. Começando no STF.

Weintraub também foi multado quando, no último domingo (14/06), participou de um protesto com pautas antidemocráticas e inconstitucionais em Brasília. O ministro não usava máscara de proteção e, por isso, foi multado pelo governo local.

O economista ainda manteve uma guerra com milhares de estudantes brasileiros após erros na correção das provas do Enem, erros também no Sisu, questões como o adiamento do Enem e, agora, com relação à obrigatoriedade do sistema de cotas.

Como último ato de seu governo, Abraham Weintraub, no mesmo dia de sua renúncia, revogou um ato de 2016, assinado pelo ex-ministro da Educação Aloizio Mercadante, que obrigava as Universidades Federais do país a apresentarem um plano de inclusão para negros, índios e pessoas com deficiência nos cursos de Pós-Graduação. 

Mercadante lamentou a revogação de sua portaria dizendo que é uma “falta de compromisso com o combate às desigualdades e discriminações raciais históricas no Brasil”. Iago Montalvão, presidente da União Nacional dos Estudantes, também se manifestou afirmando que “esse Governo sempre foi anti-cotas e sempre adotou políticas para sufocar a educação pública”.

Agora, basta saber quem assumirá o cargo no Governo.

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Por Paulo Matheus – Fala! Universidade Federal Rural de Pernambuco

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