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Opinião: Consequências da implosão do prédio de acordos pela Coreia do Norte

Na última terça, 16, a Coreia do Norte implodiu, sem mais nem menos, um prédio no sul do país, próximo da fronteira com a Coreia do Sul. Mas este prédio era usado para negociações, acordos e contatos diretos entre as duas Coreias, sendo um simbolismo de reaproximação entre os 2 países. Com a atitude norte-coreana, a tensão na península coreana voltou à tona, como sempre, com capítulos imprevisíveis. Essa tensão acontecer justamente durante uma pandemia, só fomenta o clima tenso e apreensivo que vem da região.

Prédio implodido pela Coreia do Norte era usado para negociações e diálogo entre as Coreias
Prédio implodido pela Coreia do Norte era usado para negociações e diálogo entre as Coreias. | Foto: Reprodução.

A implosão já era dada como certa, principalmente depois que a irmã do ditador norte-coreano, Kim Jong-un, ter aconselhado-o a por um fim no edifício. Kim Yo-jong classificou o prédio como “inútil” e resolveu dar um fim (Clique aqui e conheça melhor a história de Kim Yo-jong, a irmã de Kim Joug-Un).

Kim Yo-Jong, a irmã do ditador da Coreia do Norte
Kim Yo-jong, a irmã do ditador da Coreia do Norte. | Foto: Reprodução.

Consequências da implosão do prédio de acordos

Construído em 2018, durante o período de reaproximação das duas Coreias, principalmente devido aos Jogos Olímpicos de Inverno da Coreia do Sul, o prédio era localizado numa região próxima da fronteira com os dois países e era o local para costuras de acordos de paz, negociações de ações pacíficas e de diálogo entre os coreanos do norte e do sul. A iniciativa da construção da edificação foi do presidente sul-coreano.

Kim Jong-un
O ditador norte-coreano, Kim Jong-un. | Foto: Reprodução.

Outro fator que aumentou a tensão entre as Coreias, foram os lançamentos sucessivos para a Coreia do Norte, de balões não-tripulados com críticas a Kim Jong-un, feitos por soldados norte-coreanos resertados, que moram na Coreia do Sul. O que irritou o líder norte-coreano foi a omissão do Sul de fazer alguma coisa para proibir as ações.

Uma fala do exército norte-coreano piorou o clima, ao afirmar que o Norte pode invadir e ocupar áreas desmilitarizadas. Em resposta, a Coreia do Sul disse que irá reagir com firmeza, caso a Coreia do Norte continue aumentando a tensão na região.

Uma resposta muito provável do Sul seria através da diplomacia, com sanções comerciais e econômicas (aliás, a Coreia do Norte sofre com inúmeras sanções impostas ao seu regime há bastante tempo), mas a possibilidade de uma resposta militar, apesar de quase nula, também não se descarta, principalmente se vier apoio de fora, como Japão e Estados Unidos.

O prédio, que era usado para diplomacia e negociações pacíficas que foi implodido pelo Norte, foi um recado de insatisfação dos norte-coreanos para o mundo, em especial, para o Sul. Um dos pouquíssimos (se não for o último) meios da Coreia do Norte negociar acordos pacíficos com sua vizinha foi-se pelos ares, virando pó um sonho do presidente sul-coreano de pacificar a península coreana.

Agora, tudo volta praticamente à estaca zero e aguardar os próximos passos dos irmãos Kim para dizer se eles realmente estão dispostos a dialogar, ou não. Ao que parece, o diálogo, no momento, é zero por parte do Norte.

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Por Álvaro José – Fala! UFPE

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