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A volta do Platense e a profissionalização do futebol na Argentina

No último domingo, dia 31 de janeiro, em partida realizada no Estádio Marcelo Bielsa, Estudiantes de Río Cuarto e Platense empataram em 1×1 e levaram a final da 2ª divisão da Argentina para os pênaltis.

Nas penalidades, o goleiro veterano Jorge De Olivera defendeu a quarta cobrança da equipe adversária e garantiu, após 22 anos, o Platense na elite do futebol argentino. A glória, além de ser importante pelo longo tempo distante da primeira divisão, é muito significativa, pois o clube de Buenos Aires é um dos fundadores do futebol profissional no país.

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Imagem comemorando a volta do Platense à elite do futebol argentino postada pelo próprio clube nas redes sociais. | Foto: Twitter/@caplatense.

Platense e a profissionalização do futebol

Há muitos anos, em 1891, a primeira divisão argentina começou a ser disputada, porém ainda de forma amadora. Nesse período, o maior campeão foi o extinto Alumni Athletic Club, com 10 títulos no total. Apenas depois de 40 anos, o futebol no nosso vizinho foi profissionalizado, contendo somente equipes de Buenos Aires, da região metropolitana e da cidade de La Plata.

Outros times dos munícipios de Rosário e Santa Fé, por exemplo, só foram incluídos em 1939. Na primeira edição, os seguintes clubes estiveram presentes: Atlanta, Argentinos Juniors, Boca Juniors, Chacarita Juniors, Estudiantes, Ferro Carril Oeste, Gimnasia y Esgrima, Huracán, Independiente, Lanús, Quilmes, Racing, River Plate, San Lorenzo, Talleres, Tigres, Vélez Sarsfield e o Platense.

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Elenco de 1906 do extinto multicampeão Alumni Athletic Club. | Foto: futebolportenho.com.br.

No início, o Platense, que foi fundado em 1905 no bairro da Recoleta em Buenos Aires, começou no futebol na era amadora, disputando inicialmente a Segunda Divisão em 1910, até conquistar o acesso em 1913. A melhor campanha nesse período foi o vice-campeonato de 1919 para o Racing.

Como dito acima, o “Calamar” participou da profissionalização do esporte no país, chegando na sua 1ª vice-colocação apenas em 1949, agora atrás do gigante River Plate. Dois anos depois, o clube fez a sua primeira excursão pela Europa, enfrentando vários bons times, incluindo o tradicional Milan, da Itália, uma das maiores equipes do mundo na época e que foi derrotada pelos argentinos por 3×2. Em 1955, o Platense sofreu o seu primeiro rebaixamento.

O clube de Buenos Aires só foi retornar à elite do futebol argentino em 1965, após superar um difícil desempate contra o All Boys, Deportivo Español, Nueva Chicago e o Almagro. Em 1967, o Platense alcançou as semifinais do Campeonato Argentino, sendo derrotado apenas pelo Estudiantes por 4×3.

O “Calamar” voltou a fazer boas campanhas em 1970, quando chegou no 3º lugar da Copa Argentina, em 1976, vencendo o título da 2ª divisão do país e em 1988, quando derrotou o Boca Juniors e conquistou a Liguilla Pre-Libertadores. Depois do último rebaixamento em 1999, o Platense viveu anos muito complicados, sofrendo com problemas financeiros e caindo até para a 3ª divisão, em 2002 e 2010.

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Elenco do Clube Atlético Platense na década de 1970, auge do clube. | Foto: enunabaldosa.com.

A expectativa agora, após muitos anos de espera, é que o torcedor “marrón” possa finalmente desfrutar da sensação de ver o seu clube do coração jogar a Primeira Divisão da Argentina novamente. Infelizmente ainda sem a presença do público nos estádios, por conta da pandemia contra a Covid-19, a Copa da Liga terá início dia 12 de fevereiro e será a competição disputada pelos clubes da elite do país até o começo do Campeonato Argentino de fato, daqui a alguns meses.

O sorteio já foi feito e o Platense está no grupo A, ao lado de River Plate, Racing, San Lorenzo, Argentinos Juniors, Banfield, Estudiantes, Colón, Rosário Central, Aldosivi, Arsenal de Sarandí, Central Córdoba e Godoy Cruz. O “Calamar”, lugar onde o ex-atacante David Trezeguet foi revelado, chega como azarão na competição. Mas o simples fato da equipe estar competindo com os melhores do país de igual para a igual já é algo que orgulha e enche de esperança o torcedor e todos os amantes da história do futebol.


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Por Victor Fardin – Fala! PUC

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