Nos últimos anos o mundo dos quadrinhos vem colocando em pauta os assuntos do momento na atualidade, abordando temas sociais e que trazem reflexão para o público, como a preservação do meio ambiente, racismo, discriminação e desigualdade social. A inserção desses temas acontece com a introdução de personagens diversificados nas histórias, são eles protagonistas que representam as minorias ou grupos oprimidos.
A representatividade é importante para a construção e desenvolvimento do ser humano, o fato é que as HQ’s fazem parte do cotidiano da sociedade moderna, principalmente na vida dos jovens fãs de super-heróis. Um dos gêneros mais populares e com o título de maiores bilheterias do mundo, por isso tramas que aproximam o personagem e leitor são necessárias para empoderar e fazer as pessoas sonharem.
Representatividade X Sexualização das mulheres nos quadrinhos
Embora as produtoras de quadrinhos estejam lutando por produções mais diversificadas, a escassez de personagens femininas principalmente nas histórias de super-heróis é gritante, isso quando as únicas mulheres presentes na história não são extremamente sexualizadas.
A problemática começa a partir do momento em que os desenhistas “exageram” nos traços das personagens, colocando corpos padronizados e figurinos curtos e justos que destacam as curvas.
Por sua vez, os roteiristas costumam criar cenas em que as mulheres pareçam sensuais, mesmo que não haja conexão alguma com o roteiro.
E com esses episódios surge o questionamento de que a personagem feminina está naquela trama pela representatividade feminina ou somente para agradar ao público masculino?
Confira as mais famosas personagens femininas nas HQ’s
Mulher-Maravilha (Diana Prince)
A primeira heroína da história, surgiu no período da Segunda Guerra Mundial, quando só os homens eram vistos como heróis e o movimento feminista dava seus primeiros passos.
A criação da Mulher-Maravilha veio como uma figura que lutasse pela paz, representando homens e mulheres, sendo um modelo de poder e força feminina, mostrando que mulheres não são sempre donzelas em perigo, a espera de um príncipe ou “salvador”. Diana representa uma mulher independente e dona de si.
Batwoman (Kate Kane)
A Batwoman surgiu como uma versão feminina do anti-herói Batman, como uma “cortina de fumaça” do suposto romance gay entre Batman e Robin. Apesar disso, a personagem atraiu muitos leitores e acabou tornando-se uma figura com identidade própria, com direito a seriado e HQ’s com seu protagonismo.
Canário Negro (Dinah Drake/Dinah Lance)
Canário Negro é uma das maiores lutadoras da DC Comics, vigilante e super-heroína, ela luta contra o crime usando suas habilidades de artes marciais e gritos sônicos. Conhecida por suas táticas, mente calculista e conhecimento dos próprios poderes, a Canário Negro exibe a autoconfiança de uma mulher forte.
Capitã Marvel (Carol Danvers)
Carol Danvers nasceu humana, mas se tornou uma híbrida Kree e ganhou super-poderes quando foi atingida por uma explosão de uma nave alienígena. A Capitã já foi militar, agente da CIA, NASA e até foi jornalista.
O enredo da Capitã Marvel é bastante ligado ao feminismo, trazendo reflexões sobre como personagens femininas devem ser tratadas e incentivando o empoderamento feminino.
Korra
Korra é um símbolo feminista e lgbt, uma personagem forte, determinada, inteligente e divertida, além de ser uma personagem não-branca. Pertencente ao enredo de Avatar, na história as mulheres são retratadas com toda a sua complexidade e não apenas como objeto de desejo masculino.
Supergirl (Kara Danvers/Kara Zor-El)
Kara é mais conhecida como a prima do Superman, muitas vezes essa associação fez com que a heroína se sentisse insuficiente pelas comparações com o primo e o fato de não levarem ela a sério por agir com a emoção acima da razão.
Por isso a Supergirl é tão necessária como um modelo para todas as mulheres e jovens garotas que constantemente se sentem pressionadas pela sociedade.
Feiticeira Escarlate (Wanda Maximoff)
A feiticeira é responsável por muitos desastres no universo da Marvel, resultado de seus problemas pessoais e descontrole com seus poderes. Apesar disso, Wanda buscou sua redenção com a humanidade, como um verdadeiro símbolo de mudança, mostrando que qualquer um pode cometer erros, por maiores que sejam, mas nunca é tarde para juntar os cacos e fazer diferente.
Gaviã Arqueira (Kate Bishop)
Mais um ícone feminista no mundo dos quadrinhos, a Gaviã Arqueira leva a sério o conceito de trabalho em equipe. Como a maioria dos heróis, Kate carrega traumas de um abuso sofrido na infância, mas aprendeu a usar as dificuldades como sua força. Começou a lutar para se defender, mas seu destino era defender a todos.
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Por Kauane Rezende – Fala! Anhembi