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“A história tem que sair do papel”: uma disciplina na formação humana

Muito se discute sobre a disciplina de história como um emaranhado de datas, nomes e símbolos que, possivelmente, só servem na memória para completar as notas da escola. Jovens de diferentes idades e épocas foram criados e educados não para contestar, e sim aceitar o que lhes era ensinado. Assim, nos tempos de hoje, é muito comum que atos e/ou fatos que antes eram tidos como certeza sejam questionados, além das habilidades dos cidadãos de questionarem sua realidade. Por isso, muito mais do que se imagina, a história é fundamental.

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Entenda por que a disciplina é fundamental para a formação humana. | Foto: Reprodução.

A importância da disciplina de história

O professor de história Leandro Napoleão Caetano de Oliveira, graduado pela Universidade de São Paulo (USP), disse em uma entrevista coletiva aos alunos do primeiro ano de jornalismo da Faculdade Cásper Líbero que, para ele, as palavras trazem muito sentido do que ele quer colocar, impor ou conduzir. De acordo com ele, muito passa pela mão do professor e é ele quem vai fazer o aluno pensar ou criticar sobre sua realidade.

A importância de um professor vai muito além do conteúdo transmitido em sala de aula. O educador, de modo geral, tem como foco fazer a diferença na vida dos alunos, ele os ajuda a se inspirarem e desenvolverem. Nesse sentido, o professor de história, diferentemente dos outros, tem como papel principal a formação de um indivíduo mais crítico e reflexivo, ajudando na consolidação da formação da cidadania de nossos jovens.

O professor Napoleão também afirmou, durante a entrevista, que quando era um estudante, não teve um educador que valorizasse essa importância da disciplina. Seu desejo, então, foi fazer exatamente aquilo que ele não teve, pois seu modo de mudar o mundo, nem que um pouquinho, seria por meio da educação. “Passar uma aula um pouco mais descontraída e sair da decoreba é fazer os alunos levarem o conteúdo para suas vidas presentes; é fazer com que eles reflitam sobre a realidade social do seu país, sobre a sua vida, sobre sua leitura, além de instigá-los a refletirem ou até estudarem ainda mais”, disse o professor Napoleão.

Tais esforços, porém, só serão frutíferos se o arranjo para o debate em sala for fortalecido, se pararmos de enxergar a história como um passado distante presente em pesados livros de biblioteca. Enquanto ainda vermos educadores, como o professor Napoleão, como manipuladores ou doutrinadores não seremos capazes de ensinar às presentes e futuras gerações muito mais além do que está engessado nas apostilas.

O meio de se interferir na criação e no desenvolvimento de uma pessoa é o poder de falar, de construir laços. De acordo com o professor Napoleão, “um historiador tem que ser capaz de sair um pouco da caixinha, do quadrado de dar apenas aula, ele tem que ocupar esse espaço que a família está deixando de lado e ensinar seus alunos a criticar os acontecimentos do dia a dia, pois, além de passar conteúdo, sua função é também de formar um cidadão”.

A história está em constante movimento, assim como sua disciplina que se constrói um pouco mais a cada dia. Ela, por fim, é fundamental no entendimento da vida e nos acontecimentos do passado, presente e, consequentemente, do futuro. No fim de sua entrevista, o professor Napoleão reforçou todos esses pensamentos, dizendo que “a história tem que sair do papel, ela tem que influenciar as pessoas, pois ela interfere na realidade, no dia a dia e, consequentemente, na vida”.

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Por Amanda Drager – Fala! Cásper

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