Revolta contra igreja Universal na África acaba em morte de garoto de 13 anos

Uma revolta popular ocorrida contra uma unidade da Igreja Universal em São Tomé e Príncipe, País localizado na costa equatorial ocidental da África Central, resultou na destruição de vários templos da Igreja e na morte de uma criança de 13 anos no mês passado, (Outubro). Entenda a história:

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Igreja Universal – Divulgação / BBC News

ATENTADOS EM IGREJAS DE SRI LANKA MATAM MAIS DE 290 CRISTÃOS

Revolta na África contra a Igreja Universal

A revolta se deu por conta de mensagens enviadas por Iudumilo da Costa Veloso, um pastor africano que atuava na congregação e denunciou a igreja por abusos contra funcionários africanos no dia 11 de setembro. O pastor foi preso e a denúncia pode acarretar na expulsão da Universal do país africano.

A notícia foi compartilhada pelo ex-candidato a presidência, Fernando Haddad, no Twitter:

Nas denúncias, o pastor teria acusado a Igreja de privilegiar brasileiros e discriminar os pastores africanos, os impedindo de casar ou os obrigando a fazer vasectomia para que não pudessem ter filhos e se dedicar totalmente à igreja.

O delator também teria acusado os brasileiros de se apropriarem de dízimos recebidos pela sede africana da igreja, além de “humilhar, insultar, esmagar e escravizar os (pastores) africanos”.

Éramos muito pacientes, humildes demais, educados demais. Agora é hora de agir sem piedade!”

diz um dos textos, em francês, língua principal da Costa do Marfim, divulgados pela BBC News

Veloso admitiu à polícia ter publicado as mensagens, tendo sido preso por isso.

Esse não foi o primeiro escândalo da Igreja em território africano: em 2013, a Universal foi suspensa temporariamente em Angola após 16 pessoas morrerem pisoteadas num culto da igreja.

A notícia sobre a prisão do pastor chegou a São Tomé e Príncipe através da esposa de Iudumilo, Ana Paula Veloso, que contou em entrevistas e posts nas redes sociais ter sido obrigada pela Universal a deixar a Costa do Marfim depois da prisão de seu marido, mesmo estando grávida. As falas de Ana Paula Veloso serviram de estopim para a revolta em São Tomé.

SUICÍDIO E RELIGIÃO

Garoto de 13 anos morre em protestos

De acordo com a BBC News, em 16 de outubro, centenas de manifestantes vandalizaram e saquearam 6 dos 20 templos da Universal localizados em São Tomé. Os responsáveis pelo protesto exigiam que a Universal negociasse com autoridades de Costa Marfim a liberdade de Veloso e seu retorno ao país natal.

A Polícia Militar interveio no protesto, que se tornou violento , e um manifestante são-tomense de 13 anos morreu baleado. O nome do jovem não foi revelado.

A revolta foi a gota d’água de decepções que algumas pessoas tiveram em relação à igreja, que é segregadora. Muitos fiéis da Universal deixaram de conviver com outras pessoas porque a igreja diz que são pessoas mundanas, que não são cristãs o suficiente, e isso cria um ódio.

Disse o produtor cultural são-tomense Nig d’Alva, que estudou administração de empresas em Fortaleza, no Brasil, em entrevista a BBC News

Devido as acusações, o protesto que resultou em morte e os escândalos envolvendo a Igreja, que possui uma forte oposição, é possível que a Igreja Universal seja banida de São Tomé e Príncipe. No dia 17 de outubro, um dia após o protesto, autoridades locais se reuniram para debater o assunto.

A manifestação surtiu efeito e o pastor Veloso responde em liberdade, ainda sem poder deixar a Costa do Marfim para retornar ao seu país de origem, São Tomé. A repercussão do caso foi tanta que chegou a envolver o ex-presidente são-tomense Miguel Trovoada, que teria telefonado ao presidente da Costa do Marfim, Alassane Ouattara, para tratar do tema.

QUANDO SE TORNOU CARETA TER FÉ?

A Universal comunicou a BBC que não havia denunciado especificamente o pastor Veloso, pois não sabia quem era o autor das denúncias, mas alegando que teria denunciado sim as acusações, que até então eram anônimas, pois as caracterizaram como “mentiras e ameaças”.

A Universal diz ainda disse a BBC que não forçou a mulher do pastor a voltar a São Tomé e Príncipe e que a acusação de que obrigaria os religiosos a fazer vasectomia é “facilmente desmentida pelo fato de que muitos bispos e pastores da Universal, em todos os níveis de hierarquia da igreja, têm filhos”.

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