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SUS: remédio mais caro do mundo será distribuído gratuitamente no Brasil

Após a emissão de um parecer favorável da Comissão Nacional de Incorporação de Novas Tecnologias em Saúde (Conitec), o medicamento Zolgensma – considerado o remédio mais caro do mundo – será incorporado no rol de medicamentos disponibilizados pelo Sistema único de Saúde (SUS). A notícia foi confirmada em 3 de dezembro de 2022, pelo ex-ministro da Saúde, Marcelo Queiroga – por meio de uma publicação no Twitter. O Zolgensma é utilizado para tratar a Atrofia Muscular Espinhal (AME), uma doença rara e degenerativa passada de pai para filho. Atualmente, o medicamento custa aproximadamente R$ 6 milhões.

“(…) Com isso, o Sistema Único de Saúde do Brasil ofertará tecnologias mais avançadas para o tratamento da AME. Isso porque o Zolgensma se une ao Nusinersena e ao Risdiplam, tratamentos já incorporados ao sistema de saúde. A recomendação da Conitec é que o Zolgensma seja usado para tratar crianças com AME do tipo I, com até 6 meses de idade, que esteja, fora de ventilação invasiva acima de 16 horas por dia, conforme protocolo estabelecido pelo Ministério da Saúde e Acordo de Compartilhamento de Risco”, disse o ex-ministro. 

Após o anúncio de Marcelo Queiroga, o Zolgensma deve estar disponível no SUS em 180 dias e também deve ser incluído no Rol da Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS) dentro do mesmo prazo, segundo publicação do Ministério da Saúde.

SUS, medicamento mais caro do mundo, Sistema Único de Saúde
Remédio mais caro do mundo chega ao SUS. | Foto: Freepik.

O que é a Atrofia Muscular Espinhal (AME)?

De acordo com o  Instituto Nacional da Atrofia Muscular Espinhal (INAME), a AME é “uma doença genética de herança autossômica recessiva com incidência aproximada de 1 em cada 10.000 nascimentos vivos. É a maior causa genética de mortalidade infantil, segundo estudos científicos”, na qual os “neurônios motores são as células que controlam as atividades musculares essenciais como andar, falar, engolir e respirar. Eles ligam a medula espinhal aos músculos do corpo. Uma pessoa nasce com todos os neurônios motores que ela terá durante toda a sua vida. Neurônios motores são células que não se regeneram. Ou seja, quando eles morrem, não se desenvolvem novamente”. 

Além disso, o Instituto Nacional da Atrofia Muscular Espinhal (INAME) explica que “os neurônios motores precisam de uma proteína chamada SMN (proteína de sobrevivência do neurônio motor), que é o seu ‘alimento’. Sem quantidade adequada da proteína SMN, os neurônios motores morrem. Como são eles os responsáveis pelo controle da atividade muscular, a sua morte leva à fraqueza muscular e à perda progressiva dos movimentos, até a paralisia”.

Neurônio Motor
Neurônio Motor. | Foto: Reprodução/INAME.

Tipos de AME

Ainda de acordo com o Instituto Nacional de Atrofia Muscular Espinhal, a doença é classificada em 5 tipos e varia com a idade e gravidade em que os sintomas se desenvolvem. Além disso, o Instituto ressalta que é de grande importância saber que a classificação é de maneira clínica, “conforme os marcos motores que o paciente alcançou e a idade de início dos sintomas. Não é o resultado do exame genético nem o número de cópias de SMN2 que vão dizer qual o tipo de AME do paciente”.

Tipo 0 – Forma pré-natal, também conhecida como Tipo 1A

Idade de início dos sintomas: Pré-natal | Capacidade funcional máxima: hipotonia profunda e insuficiência respiratória grave já ao nascimento. Não atinge marcos motores. 

Tipo 1 – Forma infantil grave

Idade de início dos sintomas: 0 a 6 meses | Capacidade funcional máxima: Não consegue sentar sem apoio

Tipo 2 – Forma intermediária

Idade de início dos sintomas: < 18 meses | Capacidade funcional máxima: Permanece sentado de forma independente, porém, não consegue andar de forma independente

Tipo 3 – Forma juvenil moderada

Idade de início dos sintomas: > 18 meses | Capacidade funcional máxima: Anda de forma independente, porém, pode perder esta habilidade com a progressão da doença

Tipo 4 – Forma adulta

Idade de início dos sintomas: > 21 meses | Capacidade funcional máxima: Anda e não perde essa habilidade, podendo apresentar certa fraqueza muscular

Tratamentos

De maneira geral, o tratamento da AME se estabelece em uma combinação de medicamentos (quando há indicação médica) com as terapias de suporte (fisioterapia, fonoterapia, terapia ocupacional, entre outras). Mas, tudo é realizado conforme o quadro clínico de cada paciente e, também, da necessidade de sessões e tratamentos medicamentosos. Atualmente, há uma grande lista medicamentos – nos mais variados estágios – disponíveis para tratar a AME. Inclusive, alguns que já foram incorporados e/ou estão disponíveis para distribuição no Sistema Único de Saúde (SUS), como por exemplo o Zolgensma. Confira a lista abaixo:

Medicamentos para AME
Medicamentos para AME. | Foto: Reprodução.

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Por Isabela do Carmo – Fala! Anhembi Morumbi

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