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Saiba o que são ativos florestais e como investir

Os ativos florestais são uma ótima opção de investimento que surgiu recentemente como uma possibilidade real para multiplicar o seu dinheiro. E isso, agora, mostra-se cada vez mais forte como uma tendência em investidores do mundo todo.

Os Estados Unidos foram os precursores no desenvolvimento dessa nova modalidade de investimento. Lá, o conceito de ativos florestais apareceu na segunda metade da década de 1980. E, já naquela época, as grandes empresas já investiam na aquisição de extensas áreas florestais para conseguir suprir a demanda de madeira das suas unidades industriais, já que os volumes excedentes eram direcionados e vendidos em todo o mercado.

Algumas dessas empresas chegaram à conclusão de que os ativos florestais, uma vez que eram vendidos, poderiam gerar caixa e aumentar ainda mais os investimentos em suas operações. O conceito surgiu, então, através dessa constatação. Os investidores adquiriram os ativos florestais que, por sua vez, supririam a demanda de madeira das unidades industriais das antigas detentoras desses mesmos ativos.

Em relação ao Brasil, os primeiros investimentos em ativos florestais foram realizados no final da década de 1990 e, apesar de ainda não ser tão conhecido por aqui, vem crescendo de forma exponencial. E isso não é por acaso, pois combinação de um solo extremamente fértil e um clima bastante  propício nos dá vantagens importantes em relação a outras regiões e países do mundo. 

Para se ter uma ideia, uma mesma espécie de árvore pode crescer em um ano, no Brasil, em uma proporção sete vezes maior do que em outros países. Sendo assim, no Brasil, os ativos florestais têm retornado em taxas de 8% a 12% ao ano e, em alguns casos, até 14%, o que configura-se como um grande feito.

As grandes vantagens desse investimento têm feito os ativos florestais deixarem de ser um negócio vinculado apenas às indústrias e dado lugar a investimentos institucionais e de pessoas físicas, consolidando-se a cada dia nessa modalidade de investimento.

Sendo assim, entenda, abaixo, o que, exatamente, são esses ativos florestais e como investir nesses produtos.

Saiba o que são ativos florestais
Saiba o que são ativos florestais. | Foto: Freepik.

O que são ativos florestais?

Os ativos florestais são áreas de plantio de florestas comerciais e a sua madeira é destinada para as indústrias como a de celulose e papel, bioenergia, movelaria e construção civil.

A adesão das florestas, como uma espécie de ativos para o  investimento, não aconteceu por acaso, como já foi comentado, porém ela está associada a vários fatores, como o alto retorno econômico. Isso porque, quando comparado a outros ativos, como é o caso dos títulos do Tesouro Americano, ele é muito mais rentável. Assim, analisando de forma histórica, os ativos florestais estão proporcionando retornos superiores aos títulos do governo. 

Eles também se destacam no mercado de ações, já que os ganhos são bem maiores. De acordo com o portal Dinheiro Rural, a baixa volatilidade e a fraca correlação dos ativos, em relação a maioria das classes de investimentos tradicionais, têm se mostrado uma excelente alternativa para a diversificação dos portfólios.

Como investir?

Caso você tenha interesse em investir nesse tipo de ativo, saiba que há algumas opções disponíveis. Se, por acaso, você seja detentor de uma área rural, pode realizar a plantação por conta própria. Isso porque, geralmente, o plantio de madeiras como o mogno africano e o eucalipto são opções bem valorizadas no mercado e trazem inúmeros benefícios.

Para fazer tal plantação, entretanto, você precisa ter não só conhecimento na área, como também sua terra de plantio necessita receber uma certificação específica para a modalidade. Essa certificação é necessária para comprovar que o solo em questão está apto para a realização da atividade.

Além disso, podemos citar os operadores do mercado tradicional, BTG Pactual, Copa Investimentos e a Claritas, que possuem os fundos voltados para a modalidade de investimento. Porém, eles ainda não obtém participação direta do pequeno investidor e os seus fundos de investimento representam mais de 80% do valor aplicado em ativos florestais, adquirindo, então, o título de grandes “players” desse mercado, que ainda está em crescimento.

Saiba como ocorre a gestão de ativos florestais
Saiba como ocorre a gestão de ativos florestais. | Foto: Freepik.

Ativos florestais no Brasil

Dentro do cenário global de baixos juros e com uma possível pressão inflacionária de médio prazo, além de ações e títulos de renda fixa indexados à inflação, ativos reais, tais como os imóveis, acabam surgindo entre as principais alternativas para o radar dos investidores.

No caso dos investimentos em ativos reais, uma área ainda pouco explorada no mercado local brasileiro, mas com um elevado potencial de retorno e opção para diversificar as carteiras, é justamente esses ativos que servirão como fundos de investimentos em florestas.

Nesses fundos de investimento em participações, também chamados de FIPs, podem durar 20 anos ou até o seu encerramento, sendo a maior fonte de retorno a parte da venda de madeira utilizada para fins diversos.

Hoje, há cerca de 800 mil hectares em florestas plantadas sob posse dos gestores de ativos no mercado brasileiro, especialmente quando se fala dos eucaliptos. Esses possuem uma concentração nas regiões Centro-Oeste, Sul e Sudeste por causa dos fatores climáticos mais favoráveis.

Cada hectare de terra corresponde a cerca de 10 mil metros quadrados de floresta, com o terreno nas mãos dos fundos equivalente, sendo, portanto, aproximadamente 6 vezes o tamanho da cidade de São Paulo, ou cerca de 800 mil campos de futebol.

Além desses 800 mil hectares plantados, por força do Código Florestal Brasileiro, os fundos passaram a ser obrigados a dedicar praticamente a mesma medida a áreas que permaneçam intactas e protegidas, de reserva legal e preservação permanente. Ou seja, ao mesmo tempo em que eles desmatam, é necessário plantar novamente.

Após uma primeira imersão nesse mercado no início dos anos 2000 por grandes investidores internacionais, como é o caso de Brookfield Asset Management e Hancock Natural Resource Group, o movimento acabou sendo freado em meados dos anos 2010, com a decisão do governo de limitar a compra de terras no Brasil por estrangeiros. Tal medida fez com que os próprios gestores locais começassem a explorar cada vez mais as oportunidades de investimento na região.

Por causa disso, atualmente, cerca da metade da área plantada está sob a posse dos fundos e a outra metade está disposta nas mãos de gestoras nacionais. 

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Por Anna Beatriz Peixoto – Fala! Universidade Federal de Pernambuco

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