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Tratamento Covid-19: Remdesivir ainda não está disponível no SUS

Desde o início da pandemia, cientistas do mundo inteiro pesquisam medicamentos que sejam eficazes para reduzir as hospitalizações e mortes pela Covid-19. Alguns desses remédios já foram aprovados por agências reguladoras e são recomendados pela Organização Mundial da Saúde (OMS). Contudo, mesmo com  ampla utilização no exterior e aprovação concedida pela Anvisa, nenhum, até o momento, foi disponibilizado na rede pública de saúde. O Remdesivir é um exemplo quando se fala em tratamento Covid-19.

Remédio para Covid-19: Remdesivir reduz entre 54% e 23% o risco de mortalidade pela Covid-19, segundo dados da Gilead.
Remédio para Covid-19: Remdesivir reduz entre 54% e 23% o risco de mortalidade pela Covid-19, segundo dados da Gilead. | Foto: Freepik.

Remdesivir no tratamento para Covid-19

O antiviral injetável Remdesivir foi o primeiro remédio aprovado para tratamento da Covid-19 no Brasil. Produzido pela biofarmacêutica norte-americana Gilead, o medicamento impede a replicação do vírus no organismo, diminuindo o processo infeccioso.

Segundo o seu registro, o uso é indicado para pacientes com idade superior a 12 anos e com peso corporal de, pelo menos, 40 kg, hospitalizados com pneumonia e que precisem de suporte de oxigênio, mas que não estejam em ventilação mecânica. O tratamento é feito em, no mínimo, 5 dias, com tempo máximo de 10 dias.

De acordo com um estudo clínico usado pela Anvisa para justificar a liberação do fármaco, os pacientes que receberam o Remdesivir no tratamento da Covid-19 se recuperaram mais rapidamente do que os demais. A redução do tempo de recuperação foi de 15 para 10 dias.

Entre os efeitos adversos, foi observado, em alguns casos raros, toxicidade nos rins.

Atualmente, o medicamento para Covid-19 só pode ser administrado em ambiente hospitalar e não é vendido em farmácias.

Um ano depois, Remdesivir ainda não está disponível no SUS

A incorporação de qualquer nova terapia no SUS (Sistema Único de Saúde) precisa ser aprovada pela Conitec (Comissão Nacional de Incorporação de Tecnologias), do Ministério da Saúde.

No último protocolo divulgado em setembro do ano passado, a Conitec avaliou que os benefícios da terapia com Remdesivir não justificam sua incorporação devido ao “alto custo de investimento e incertezas quanto à eficácia do medicamento.”. 

Apesar disso, o parecer técnico da comissão concluiu que sua utilização poderia “permitir uma alocação eficiente dos recursos em saúde, posto que o medicamento reduz a sobrecarga dos hospitais.”.

Infectologistas apontam que, apesar do avanço da vacinação ter ajudado a diminuir as internações e a média diária de óbitos no país, pessoas com comorbidades – como idosos e imunossuprimidos – poderiam se beneficiar de alternativas a mais no enfrentamento da doença.

Ao contrário do Brasil, os Estados Unidos expandiu, desde o mês de janeiro, o uso do Remdesivir para o tratamento da covid em casos leves e moderados de pacientes não-hospitalizados. Agora, o antiviral é vendido nas farmácias de todo o país.

As ações de hoje oferecem aos pacientes adultos e pediátricos (…) uma opção de tratamento que eles poderiam receber fora de um ambiente hospitalar tradicional, inclusive em instalações de enfermagem qualificadas, ambientes de saúde domiciliar e instalações ambulatoriais, como centros de infusão.

afirmou a doutora Patrizia Cavazzoni, diretora do Centro de Avaliação e Pesquisa de Medicamentos da agência reguladora norte-americana, em entrevista à CNN Brasil.

A Anvisa concedeu autorização emergencial a outros sete medicamentos que incluem anticorpos monoclonais e associação de anticorpos. Até o momento, todos os medicamentos aguardam na fila de análise da Conitec – e sem previsão de divulgação do parecer científico final. Ou seja, quando se fala em tratamento Covid-19, o Remdesivir não é o único remédio que está pendente de aprovação.

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Por Ludi Evelin Moreira Dos Santos – Fala! Universidade Federal do Paraná

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