Todo final de ano surgem filmes norte-americanos com temática natalina em abundância. As produções costumam girar em torno de comédias românticas, família, mágica e/ou crianças, tudo com aquele espírito de Natal bem carregado e até mesmo levemente clichê. Um deles é O Feitiço de Natal, mais uma produção disponível no catálogo da Netflix.
O Feitiço do Natal não decepciona e entrega exatamente o que promete: uma trama rasa e linear, feita sob medida para agradar corações açucarados, mas que deverá provocar repulsa em qualquer um na audiência com um mínimo de senso crítico. Confira a análise crítica sobre o filme.
Uma análise crítica sobre O Feitiço de Natal
A trama
Abby Sutton é a protagonista, que consegue levar a história do começo ao fim e tem química com os outros personagens que compõem a produção. Não é difícil adentrar o longa e acreditar nas relações mostradas como a dela com Josh Barton, seu melhor amigo, ou Gramps, seu avô, e até com a irmã, Sarah. Os diálogos também são convincentes e construídos adequadamente.
Como dito antes, a história gira em torno de Abby, que sorri o tempo todo, uma fotógrafa completamente insatisfeita com a vida profissional que leva. Além de não estar usando todo o seu potencial no emprego em um estúdio em que tudo o que faz é tirar fotos de família e crianças com o Papai Noel vestida de elfa, perdeu a paixão pela fotografia e a sua família não apoia sua escolha de carreira.
A volta do seu melhor amigo Josh ajuda a reacender um pouco a fagulha da profissão, mas nem tanto. Até que seu avô lhe dá um calendário do Advento que conta com 25 dias, e que faz a contagem regressiva de 10 de dezembro até o Natal, em que cada dia uma portinha abre. Abby começa a perceber que diariamente o calendário lhe dá pequenos presentes que preveem o futuro daquele dia e passa a se perguntar se ele é mágico, ainda mais porque ele te leva até Ty, um médico bonitão que parece perfeito para ela.
O Feitiço do Natal tem vários problemas de roteiro, mas ele nunca se propôs a ser um filme profundo, realmente coeso e instigante. Ele é comédia romântica fofa e não busca grandiosidade e nem ser o filme mais incrível de Natal de todos os tempos. Abby, por exemplo, reclama que é uma artista que quase passa fome, mas seu loft é incrível, muito bem mobiliado e nem de longe simples como ela aparenta. Além disso, seu relacionamento com Ty e o motivo da briga deles parece sem graça e preguiçoso.
O xis da questão está no fato de parecer que o filme se passa muito mais rápido do que deveria, dando a impressão de que algumas coisas aconteceram e não foram mostradas ao público, ficando um sentimento de estar nadando a maior parte do tempo na superfície. As boas atuações e a construção de identidade que o espectador consegue fazer com os personagens é o que levanta a nota da produção de Walsh. Ademais, a obra também apresenta uma mensagem positiva sobre o amor.
A cinematografia de O Feitiço de Natal
No quesito direção cinematográfica, a tecnicalidade não apresenta elementos novos, os ângulos trabalhados, a montagem das cenas, já foram vistas pelo público em outros longas-metragens. A arte traduz bem o espírito natalino em todas as partes de O Feitiço de Natal, não deixando o espectador por um segundo achar que esta não é uma produção com uma temática bem específica. É como se adentrasse o dezembro norte-americano com todas as forças e fosse encharcado de objetos ligados à história do bom velhinho.
De um aspecto geral, o filme de Bradley Walsh consegue agradar os menos exigentes. É aquele longa para assistir no dia 25 de dezembro com a família, em que ninguém está prestando 100% de atenção, mas ainda assim conseguirá entender a trama como um todo e não perder nada pelo fato de estar distraído conversando com a tia que não via desde o ano anterior.
Podemos esperar do filme uma cidade bonitinha, neve nos dias que antecedem o Natal, triângulo amoroso, amizade real e cúmplice, uma relação de avô e neta muito linda, pessoas felizes e boas e aquela sensação de “é mágica ou é destino?”.
O Feitiço do Natal é uma gracinha e bem fofo, ótimo para ver essa semana e indicado para qualquer idade.
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Por Sabrina Ferreira – Fala! Centro Universitário Brasileiro de Pernambuco