Só quem já vivenciou quaisquer jogos universitários, de algum curso, sabe muito bem o que a expressão “já é jogos” significa. Além de causar arrepios no corpo e algumas memórias constrangedoras do alojas, do ônibus da atlética ou da tenda open bar/balada, ela expressa um misto de sensações entre “Meu Deus! Eu estou no Paraíso” à “Meu Deus! Onde é que eu estou? Socorro, Jesus”.
Fundado há mais de 4 décadas, acumulando polêmicas por onde passa e distribuindo pânico, caos e medo entre os moradores da cidade-sede, apresento-lhes o famoso Jogos Jurídicos: os jogos universitários do curso de Direito do Estado de São Paulo!
Jogos Jurídicos: Tudo sobre os jogos universitários do Direito
JJE: A LIBERDADE PROVISÓRIA DO ALUNO DE DIREITO NOS JOGOS JURÍDICOS
Os Jogos Jurídicos Estaduais (JJE) reúne todo ano mais de 5.000 estudantes de Direito, de diversas faculdades paulistas, em uma competição poliesportiva insana, em uma cidade no interior de São Paulo, para causar muito estrago e diversão durante um feriadão de 4 dias.
Bebedeira e jogos à parte, a economia gerada durante esses dias ultrapassa R$ 2 milhões e emprega mais de 800 moradores da cidade-sede, movimentando todos os setores de turismo e uma renda extra para quem precisa. Ou seja, todo mundo sai ganhando, os universitários que precisam se distrair perigosamente e a prefeitura da cidade escolhida para a grande realização deste evento.
UMA ARENA MUITO LOUCA
Rixas entre faculdades deixadas de lado, a arena open bar é o lugar onde tudo pode acontecer. Durante 10 horas de micareta, com direito a um trio elétrico, publicidades e tendas de bebidas baratas, a PUC integra com o Mackenzie, que dança com a USP, que bebe com a FMWho, que flerta com a São Judas e com a São Bernardo ao mesmo tempo, enquanto tem jogos rolando nas quadras.
Porém, a Série Prata do JJE também se diverte à altura. A Facamp, FADI, Uninove e Santos não deixam nenhum cantor ir embora da arena sem que ele cante junto com eles alguns hinos de provocação contra o Mackenzie.
Mais tarde, a balada open bar, que vai até ao amanhecer, vem com tudo para acabar com a energia restante dos torcedores e jogadores do JJE. “Lembrando que é só o primeiro dia, restam mais três. Com amor, fígado”, conselho debochado do enfermeiro Ícaro, da Santa Casa.
ALOJAS SOMENTE PARA OS “FORTES”
Se você está pensando que o alojamento da atlética é um lugar tranquilo e seguro, assim como o ônibus atleticano, para descansar o corpo, curtir a paisagem ou ter o sono da beleza, numa escala de 1 a 10, você acertou o zero.
Entre passageiros que preferem ir sentados tomando birita e outros que preferem ficar de pé no corredor dançando, sim, em um ônibus a 100 km/h, há aqueles que preferem viver perigosamente, indo no bagageiro. Não, o motorista nem faz ideia das peculiaridades que acontecem nos bastidores do busão.
O alojas é tipo um campo de guerra, onde só os fortes sobrevivem às “armadilhas” deixadas pelos inimigos: o clima chuvoso ou caloroso para a sua barraca, a duração da água para o seu banho e da energia elétrica para carregar o seu celular. Nem ouse ligar o secador de cabelo e a luz ao mesmo tempo, que a chance de dar ruim para o alojamento inteiro é grande.
Mas o importante não é o luxo do lugar que você vai ficar ou vai comer e, sim, a diversão garantida com os seus amigos durante uma brecha no semestre puxado. Beber, torcer, jogar, beijar, flertar, levar um fora, comer um dogão com cerveja quente, fazer amizades aleatórias e perder seus documentos sem querer são momentos únicos que merecem ser vividos e lembrados para sempre.
Agora que você já conheceu um pouco dessa loucura jurídica, se liga que logo mais tem JJE para aliviar o seu semestre! #jaéjogos
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Por Giovanna Vegas – Fala! FGV