Quando se fala em viagem dos sonhos, normalmente a Islândia não se encontra no topo da lista em comparação com destinos mais populares. Do Brasil, são em torno de 18 horas de avião, com conexão na Inglaterra, para se chegar ao país nórdico, localizado em uma ilha no Atlântico Norte. No entanto, a longa viagem compensa. A Islândia surpreende a todos com suas paisagens naturais fascinantes e uma cultura bastante única.
Conheça a Islândia, o pequeno e inusitado país europeu
Reykjavík, um pedacinho de vida urbana
O principal aeroporto pelo qual os voos chegam no país é o de Keflavík, a 40 minutos da capital, Reykjavík. A cidade abriga 80% da população islandesa e será o ponto mais “urbano” de toda a viagem. E ainda assim, ela carrega uma atmosfera pacífica.
Reykjavík chama a atenção pela sua arquitetura, desde as casinhas com seus telhados coloridos, que compõem as ruas, até as obras mais complexas, que são os principais pontos turísticos da capital.
A igreja luterana Hallgrímskirkja, com arquitetura inspirada nas colunas hexagonais de basalto, não pode faltar em seu roteiro. Além disso, é a igreja mais alta do país e possui uma vista de tirar o fôlego do alto da cidade. Outro local que possui uma arquitetura marcante é o Harpa Concert Hall, também inspirado no basalto e com lindas paredes de vidro geométricas.
Reykjavík, no geral, é um destino encantador e que não deixa ninguém entediado. Apenas passear pelas ruas da cidade, como as turísticas Laugavegur e Skólavörðustígur, famosa pelo longo arco-íris pintado no chão, já é um passeio muito interessante. O mercado de pulgas Kolaportið e área do antigo porto da cidade também são opções de visita, principalmente para aqueles que gostam de fugir um pouco do turismo e imergir na cultura local.
Saindo da capital da Islândia: a natureza assustadoramente linda que há lá fora
Se seu plano é conhecer a Islândia por completo, o mais indicado é alugar um carro e fazer sua própria roadtrip pela Ring Road, estrada que dá a volta completa pela ilha. As paisagens e experiências serão inesquecíveis.
Saindo de Reykjavík, a 50km, está um dos pontos turísticos mais famosos da Islândia: o Blue Lagoon. As piscinas de água termal são bastante procuradas por turistas pois além dos vários benefícios vindos dos minerais, elas são bastante relaxantes e se tornaram um SPA na região.
Rumo ao norte, está a montanha mais fotografada da Islândia: Kirkjufellsfoss, ou Church Mountain. Ela se tornou famosa pela sua formação bastante peculiar que lembra a torre de uma igreja e foi até cenário da série Game of Thrones. No caminho, também chama a atenção o pequeno vilarejo Búðir, lar da famosa igrejinha preta do país. Vale uma parada!
O Parque Nacional Vatnajökull é um dos pontos altos da viagem. É um dos maiores da Europa e ocupa 13% do país, contando com uma geleira, o impressionante Desfiladeiro Ásbyrgi e a enorme Cachoeira Dettifoss.
Já tendo quase dado uma volta completa pela Islândia, é possível conhecer Dverghamrar e ver de perto as tão famosas falésias de basalto, formadas na Idade do Gelo. Segundo uma lenda antiga, anões e duendes vivem lá dentro. O Dverghamrar é tratado com grande respeito e é um monumento natural protegido por isso.
Para finalizar a rota, você não pode deixar de visitar as praias de areia preta, como a paradisíaca Reynisfjara, e as cachoeiras de tirar o fôlego do sul da Islândia. E a Ring Road é apenas uma parte. Nunca é possível esgotar-se de um país inteiro em apenas uma viagem, e a Islândia é repleta de paisagens incríveis que nunca param de surpreender.
Westfjords: desviando da rota, rumo ao desconhecido
Sabemos que a rota tradicional normalmente feita pelos aventureiros em uma roadtrip islandesa dá a volta no país, porém, uma parte fica de fora. Os Westfjords são aquele pedacinho afastado de terra no canto superior esquerdo do mapa, que assim como todo o país, guardam uma natureza sem igual.
Embora dirigir até lá seja mais longe e um pouco mais difícil, devido às estradas não pavimentadas (mas seguras!), a aventura vale à pena. A maior cidade da região é a pequena Ísafjörður, com apenas 2.600 moradores. De resto, a área é bastante remota e muito boa para avistar vida selvagem, como raposas, focas e os charmosos papagaios-do-mar.
Muitas das paisagens naturais mais belas da Islândia ficam nos Westfjords, consideradas paraísos escondidos. A cachoeira Dynjandi não perde nada para as mais famosas, e a praia Rauðasandur se destaca por ser bastante diferente do que se espera de uma paisagem islandesa.
Além da roadtrip: a gastronomia e a cultura da Islândia
A Islândia é um país para se sair da zona de conforto. Em 2009, devido a uma crise, o país fechou todos os seus McDonald’s, e também não se encontra Starbucks pelas ruas. Há alguns outros restaurantes, como SubWay e Domino’s, mas com uma gastronomia tão rica, não irá sobrar tempo para fast food.
Por conta de sua localização e clima, o ponto mais forte da Islândia é a pesca, e peixes frescos são sempre opções de prato nos restaurantes. Além disso, destaque para o tradicional hot dog islandês e o Skyr, uma espécie de iogurte cremoso servido como uma sobremesa por lá.
Embora seja pequena e não muito populosa, a Islândia é bastante agitada e possui eventos interessantes ao longo de todo o ano. Para quem sonha em conhecer a aurora boreal, o inverno é a melhor época, quando o sol brilha durante poucas horas do dia.
Além disso, você pode planejar sua viagem pensando em participar de um dos inúmeros festivais culturais que ocorrem no país ao longo do ano e se sentir como um completo morador local, como o Festival das Luzes de Inverno em Reykjavík e festivais de arte e música.
_______________________________________________________
Por Leticia Negrello Barbosa – Fala! UFPR