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Do esporte à sociedade: Conheça 3 temas sociais das Olimpíadas 2020

Boxe, futebol, ginástica, skate, tais esportes são apenas algumas das modalidades disputadas nas Olimpíadas realizadas em Tóquio, oas quais estavam planejadas para ocorrerem em 2020, porém, devido a pandemia causada pelo coronavírus, foram adiadas para o ano seguinte. Quando finalmente foi realizada, a competição contou com diversas inovações: novas modalidades, recorde de medalhas, e, principalmente, a exposição de algumas pautas sociais inéditas para a sociedade contemporânea no mundo do esporte. Quer conhecer algumas delas?

As Olimpíadas 2020, que ocorrem em Tóquio, em 2021, foram marcadas por diversos debates sociais.
As Olimpíadas 2020, que ocorrem em Tóquio, em 2021, foram marcadas por diversos debates sociais. | Foto: Reprodução.

Temas sociais abordados nas Olimpíadas de Tóquio 2020

1- Saúde mental 

A discussão de tal tópico foi protagonizada pela estadunidense Simone Biles. Vencedora de um total de 7 medalhas olímpicas, a ginasta era apontada como uma das favoritas a ocupar o pódio em Tóquio, chegando às finais de diversas provas. Porém, Biles desistiu no meio da competição, alegando não conseguir seguir com a pressão imposta a ela para a conquista de uma medalha. A americana afirmou estar com twisties, uma espécie de bloqueio mental que gera nas ginastas a perda de controle do corpo no ar. O acontecimento abriu espaço para um assunto delicado: a saúde mental dos atletas, que muitas vezes é desvalorizada na busca de resultados.

2- Sexualização das mulheres no esporte

A seleção holandesa de handebol de praia feminino disputava o campeonato europeu e, ao decidirem alterar a parte de baixo do uniforme para shorts ao invés de biquíni, elas receberam uma multa de 1500 euros da Federação Europeia de Handebol, com a justificativa da vestimenta ser “imprópria”. Apesar de a situação ter ocorrido uma semana antes das Olimpíadas, a punição recebida pelas atletas abriu espaço para o debate sobre a sexualização das mulheres no esporte, por meio de seus uniformes. Já em Tóquio, também em forma de protesto, as ginastas alemãs usaram uniformes cobrindo as pernas inteiras, diferentemente do anterior, que era como um maiô. Tal acontecimento abriu espaço para o debate em outros esportes, como no tênis, por exemplo, o qual as mulheres são obrigadas a usarem saias como uniforme.

3- Racismo amarelo

Se você não acompanhou os jogos em Tóquio, é importante frisar o desempenho acima da média da seleção japonesa, conquistando um número muito maior de medalhas do que haviam obtido em Olimpíadas anteriores. Dessa forma, dominados pelo sentimento de derrota, diversos torcedores começaram a realizar comentários nas redes sociais contendo ofensas raciais direcionadas aos atletas japoneses, além de diversas acusações de trapaça por parte dos juízes, afirmando favoritismo aos atletas do país sede dos jogos. E, infelizmente, o Brasil não ficou de fora. Internautas brasileiros foram a principal fonte do discurso de ódio incitado contra o atleta Kanoa Igarashi, por derrotar o surfista brasileiro Gabriel Medina nas semifinais. Comentários racistas contendo os termos “Hiroshima” e “Nagasaki” chegaram a constar entre os trending topics do Twitter. 

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Por Lorena Lindenberg – Fala! Cásper

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