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Olimpíadas 2021: O bronze sensacional de Alison dos Santos

Aos 21 anos, o paulista Alison dos Santos fez história com um tempo apenas dois centésimos abaixo do antigo recorde mundial

Alison dos Santos
O jovem Alison dos Santos, medalhista de bronze na prova de 400 m com barreiras. | Foto: Abbie Parr/Getty Images.

A madrugada de terça-feira (3) já começou feliz para a torcida brasileira. Com prova realizada às 00h20 no Estádio Olímpico de Tóquio, Alison dos Santos conquistou a medalha de bronze nos 400 m com barreiras. O ouro ficou com o norueguês Karsten Warholm, que quebrou o recorde mundial com o tempo de 45.94 segundos. Já a prata, foi do norte-americano Rai Benjamin com 46.17 segundos. A marca de Alison foi de 46.72 segundos, estabelecendo o recorde sul-americano e ficando apenas dois centésimos atrás do antigo recorde mundial, que também pertencia à Warholm.

Início da carreira de Alison dos Santos

Natural de São Joaquim da Barra, interior de São Paulo, Alison dos Santos sofreu um acidente doméstico ainda pequeno. Aos 10 meses de idade, uma panela de óleo quente caiu sobre a sua cabeça, deixando-o com algumas cicatrizes e impedindo o crescimento de cabelo. Apesar disso, o brasileiro seguiu lutando e evoluindo no esporte, sempre buscando o seu sonho de se tornar um grande atleta. Em 2018, Alison foi bronze no Mundial de Atletismo sub-20 em Tampere, na Finlândia.

No ano seguinte, aos 19 anos, ele teve sua primeira grande conquista. Foi ouro nos 400 m com barreiras nos Jogos Pan-Americanos de Lima, com o tempo de 48.45 segundos, quebrando o recorde sul-americano sub-20 na época. Além disso, alguns meses antes, Alison venceu essa prova no Universíade de Nápoles, na Itália, com uma marca um pouco inferior, de 48.57 segundos.

olimpíadas 2021
Alison dos Santos exibindo a sua medalha de ouro nos Jogos Pan-Americanos. | Foto: Reprodução/Torcedores.com.

Protagonismo no cenário mundial

No seu primeiro Mundial na categoria adulto, Pio, como ele é conhecido, chegou à final da sua prova favorita, quebrando um jejum de 20 anos da presença de um brasileiro na decisão (desde o baiano Eronilde Araújo, em 1999). Em 2020, a pandemia da Covid-19 atrapalhou muito o ciclo olímpico do paulista, já que ele passou meses sem poder treinar ou viajar para o exterior para disputar competições internacionais.

Neste ano, com o avanço da vacinação e a situação mais controlada, Alison pôde voltar a disputar grandes torneios pelo mundo. Em abril, na cidade de Des Moines, nos Estados Unidos, ele quebrou o recorde brasileiro com o tempo de 48.15 segundos. No mês seguinte, Pio quebrou o recorde sul-americano duas vezes, a segunda acontecendo na Diamond League de Doha, no Catar, com a marca de 47.57 segundos, que levou ele à terceira posição no ranking mundial.

Em julho, poucos dias antes do Jogos Olímpicos, outras duas quebras de recorde sul-americano: 47.38 em Oslo, na Noruega, e 47.34 segundos em Estocolmo, na Suécia, ambas marcas batidas em etapas da Diamond League. Em Tóquio, Alison começou as preliminares correndo sem se esforçar muito, com o tempo de 48.34 segundos, o que deu a ele o 2º lugar em sua bateria. Na semifinal, Pio liderou sua bateria com 47.31 segundos, batendo novamente o recorde sul-americano.

Finalmente, na decisão olímpica, uma prova histórica como era esperado. Além dos três medalhistas já citados, outros três competidores fizeram as melhores marcas de seus países: Kyron McMaster, das Ilhas Virgens Britânicas, Yasmani Copello, da Turquia, e Rasmus Mägi, da Estônia. Fatos que apenas engradecem o feito de Alison dos Santos, que tem potencial de ser um dos maiores ídolos do atletismo brasileiro.


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Por Victor Fardin – Fala! PUC-SP

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