Na última sexta-feira, dia 23 de julho, ocorreu a cerimônia de abertura das Olimpíadas de Tóquio 2020. O espetáculo marcou o início oficial de um dos maiores eventos esportivos do mundo, que, neste ano, principalmente, promete surpreender a todos, inclusive com a entrada de novas modalidades.
As Olimpíadas de Tóquio estão cercadas de novidades. O evento está acontecendo em um momento totalmente atípico para o mundo todo. Devido à pandemia que segue afetando muitos países, diversos protocolos de segurança estão sendo seguidos durante os Jogos Olímpicos, como, por exemplo, o fato de todas as competições estarem sendo disputadas sem presença do público.
Apesar da pandemia do novo coronavírus ter adiado a edição dos jogos olímpicos e mudado a estrutura do evento, essa Olimpíada está marcando a entrada de 4 novas modalidades no programa olímpico: skate, surfe, escalada esportiva e karatê. Além disso, teremos o retorno do beisebol/softbol depois de 13 anos.
Novas modalidades das Olimpíadas
Em Tóquio, serão disputadas 46 modalidades. Entre esse número, 5 novos esportes entrarão no programa olímpico. Conheça mais sobre esses esportes.
Skate
Das ruas aos ginásios olímpicos, o esporte que surgiu nos anos 1940 e 1950 nos Estados Unidos chega às Olimpíadas com uma popularidade crescente. A competição será dividida em duas categorias: street e park.
A primeira simula, como o nome em inglês já sugere, uma rua. Os skatistas enfrentam obstáculos formados por rampas, escadas, corrimãos, bancos e paredes. Nesta categoria, as manobras são avaliadas segundo critérios de velocidade, originalidade e movimentos. As quatro melhores pontuações das sete tentativas são somadas e os melhores avançam de fase.
Já a segunda categoria, park, que significa parque em português, é disputada em uma pista côncava em formato de piscina. Nela, a missão dos atletas é a mesma: impressionar os juízes com manobras e habilidades em tempo determinado. É possível alcançar até 3 metros de altura em relação ao chão. No total, vale a menor nota de três tentativas. Os melhores avançam de fase.
Entre os atletas que representam diferentes gerações, o Brasil terá 12 skatistas competindo, o maior número possível de vagas. Das 6 mulheres, destaque para Pâmela Rosa, Rayssa Leal e Letícia Buffoni, que estão entre as melhores do mundo. Dos 6 homens, Kelvin Hoefler e Luiz Francisco também têm chances reais de pódio.
É válido lembrar que diferente do que acontece nas pistas ao redor do mundo, o estilo nas Olimpíadas será diferente. A variedade de tecidos e marcas que fazem sucesso nas outras competições de skate ficarão de fora dos Jogos Olímpicos e darão lugar a um uniforme que será padrão para cada delegação.
Surfe nas Olimpíadas 2021
O Brasil leva parte da “Brazilian Storm”, que traduzido para o português significa tempestade brasileira, para Tóquio. A geração brasileira é chamada assim pois vem colecionando títulos mundiais. Gabriel Medina e Italo Ferreira, entre os homens, e Tatiana Weston-Webb e Silvana Lima, entre as mulheres, garantiram vaga e estão muito bem cotados na competição.
A praia de Tsurigasaki, na cidade de Chiba, cerca de 100 km de Tóquio, receberá a primeira disputa olímpica de surfe. A praia é conhecida por ondas pequenas. Curtas e fracas, fator que gerou reação de parte de fãs e competidores. Caso faltem ondas, as provas podem durar até 8 dias, quatro a mais do que o previsto.
Serão 20 homens e 20 mulheres, com dois surfistas ao máximo por país. Caba bateria terá 30 minutos e, ao longo desse tempo, o objetivo dos surfistas é impressionar os juízes, que avaliarão os seguintes critérios: velocidade, dificuldade, progressão, variedade de manobras. Cada bateria terá quatro ou cinco atletas competindo. Somam-se as notas das duas melhores ondas da bateria para avançar nas rodadas.
Escalada esportiva
A escalada esportiva une força, equilíbrio, flexibilidade, saltos e técnica de quebra-cabeças corporais. Em sua estreia nas Olimpíadas, essa modalidade terá 40 competidores, 20 homens e 20 mulheres, e será dividida em três categorias: speed, bouldering e lead. As notas combinadas de cada categoria definem vencedores gerais.
No speed, ou provas de velocidade, dois atletas escalam lado a lado e um contra o outro uma parede de 15 metros – vence quem terminar primeiro. A cada bateria, um é eliminado. No bouldering, que simula vias de escalada em rochas pequenas e é a única categoria disputada sem cordas, os escaladores percorrem um número de rotas fixas em uma parede de 4,5 metros em um tempo determinado. Vence quem completar mais paredes em menos tentativas e menor tempo.
Por fim, o lead simula vias de escalada em rochas grandes. O desafio é escalar o mais alto possível, dentro de um tempo fixo de 6 minutos, um percurso de 15 metros que vai ficando mais difícil a cada bateria. Ganha quem chegar mais alto sem cair.
Nos Jogos Olímpicos de Tóquio, o Brasil não terá nenhum representante nessa modalidade.
Karatê
Depois do judô e do taekwondo, o karatê é o terceiro esporte olímpico que segue o sistema de faixas. Não haveria lugar melhor para sua estreia, já que a arte marcial surgiu em uma ilha no sul do Japão, no século XVII.
Nas Olimpíadas, o karatê terá duas categorias: kata (forma, em tradução do japonês) e kumitê (lutando com mãos, em tradução literal). Na primeira, individual e sem contato físico, os atletas seguem uma sequência de movimentos ofensivos e defensivos coreografados e são avaliados por sete juízes. Na segunda, dividida em três pesos, dois oponentes se enfrentam por três minutos e podem somar de um a três pontos – dependendo da técnica – ao acertar o adversário.
Ao todo, são 82 atletas, com destaque para os espanhóis, italianos e turcos, além, é claro, dos japoneses. Não há representantes brasileiros.
Beisebol/softbol
Retornando ao programa olímpico depois de 13 anos, o beisebol/softbol é um esporte bem popular no Japão. Nos dois, a regra prevê que os atletas acertem a bola arremessada com uma tacada e percorram todas as bases até marcar o ponto.
O beisebol é disputado entre os homens e o softbol entre as mulheres. Algumas diferenças entre o masculino e o feminino são o movimento do arremessador e o tamanho da bola e do campo.
Assim como nas modalidades da escalada e do karatê, o Brasil não conseguiu vaga no beisebol e no softbol para as Olimpíadas de Tóquio.
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Por Maria Eduarda Vieira – Fala! UFF