72 anos após o fim da Segunda Guerra Mundial, mulheres orientais ainda sofrem os impactos do sistema “mulheres de conforto”, que eram mulheres obrigadas a se prostituir. O sistema era patrocinado pelo Estado do Japão e usado para prazer dos soldados que lutavam na Segunda Guerra Mundial. As mulheres e até meninas eram traficadas até países e territórios ocupados antes e durante a 2ªGM e estupradas por soldados.
O estado chegou a traficar de 100 e 200 mil mulheres, que eram sequestradas ou enganadas. O Japão nunca confirmou oficialmente a informação, nem mesmo assumiu responsabilidade sobre o “Sistema de Conforto”. Apenas décadas após o fim da guerra, historiadores encontraram documentos nacionais que comprovaram a ação e responsabilidade do país, o que fez com que o Japão emitisse um pedido de desculpas em 2015.
As “mulheres de conforto” no Japão e repercussão
Yoshiaki Yoshimi, professor e pesquisador, é um dos responsáveis por levar grande parte das informações a público, e explica o motivo do governo japonês estabelecer o sistema: “o Exército Imperial Japonês temia que o descontentamento latente dos soldados pudesse explodir em motim e revolta. Era por isso que forneciam mulheres”.
Com o passar do tempo, o Japão também estabeleceu “pontos de conforto” nos territórios que dominava, que serviam como uma espécie de bordel e eram administrados por particulares e supervisionados pelo Exército Imperial Japonês.
Em janeiro de 2021, o governo de Seul, na Coreia do Sul, determinou que o Japão indenizasse 12 mulheres submetidas à escravidão sexual nos bordéis do Exército imperial durante a Segunda Guerra Mundial, a decisão vem ao encontro da medida tomada em 2015, que determinou que o Japão criasse um fundo de ajuda as mulheres escravizadas, hoje já idosas.
Como informou a Coreia do Sul, os 7,5 milhões de euros não foram suficientes para compensar as vítimas escravizadas, as “mulheres de conforto”, entre 1910 e 1945. Das 200 mil mulheres escravizadas, apenas 46 estão vivas, e moram na Coreia do Sul. A informação não foi bem recebida pelo governo japonês, que disse que qualquer mudança no acordo é inaceitável e pode atrapalhar a relação entre os dois países.
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Por Heryvelton Martins – Fala! UEPG