O sistema de castas é umas das formas mais antigas e complexas de estratificação social. Isto é, estabelece uma forma de hierarquia social e, consequentemente, uma alta desigualdade. Nele, as pessoas são dividas em “grupos”, que se baseiam na crença de que cada indivíduo se origina de uma parte do corpo do deus Brahma, o criador do universo para o hinduísmo. Então, as pessoas originadas da cabeça (brâmanes) fazem parte das castas superiores, enquanto as originadas dos pés (dalits), são as castas inferiores na Índia.
Essa divisão também define a função que cada um exerce na sociedade: brâmanes eram os intelectuais e os dalits os lixeiros, por exemplo. O sistema concebeu muitos privilégios aos membros das castas superiores, enquanto os membros das inferiores eram reprimidos e não tinham direito a acessar o básico. Por isso, é muito criticado por ser agressivo e extremamente injusto.
Castas na Índia
Durante séculos, as castas ditaram todos os aspectos da sociedade indiana. Porém, nos anos 50, uma nova Constituição foi feita, proibindo que os dalits fossem discriminados e criando cotas para que as castas inferiores fizessem parte de cargos governamentais. Nesse momento, é rompido – supostamente – a cultura de segregação milenar na Índia. Porém, após 70 anos desse decreto, a violência provida deste sistema ainda é uma realidade que está longe de ser erradicada.
Mesmo que nas últimas décadas, graças à urbanização e ao aumento do ensino laico nas escolas, cada vez mais é visto o casamento entre castas e a interferência tem diminuído um pouco. Ainda assim, o governo indiano garante que o sistema não existe mais no país, sendo que ele nunca de fato chegou ao fim e a esquerda indiana continua lutando para que a Constituição seja realmente aplicada.
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Por Júlia Girão – Fala! Cásper
