Desde o início da pandemia do novo coronavírus, a Academia de Artes e Ciência Cinematográfica anunciou mudanças no Oscar que propõe a adaptação às condições impostas pela doença e que estimula a inclusão nos cinemas.
A Academia de Artes e Ciência Cinematográfica é responsável pelo prêmio mais famoso da área cinematográfica, o Oscar, o qual foi criado desde 1929 em que a premiação não passava de um banquete, mas que hoje toma enormes dimensões.
Com a crise proporcionada pelo novo coronavírus, o Oscar passou a considerar os filmes que estrearam nos streamings, seguindo a ordem de oferecer aos membros da academia após 60 dias depois da estreia, e drive-in, de acordo com a regra já existente, de considerar apenas os filmes exibidos mais de sete dias seguidos, segundo o site Omelete.
Além dessas mudanças, o site citado informa que há também algumas regras as quais foram estabelecidas que visam uma maior representação e inclusão. Assim, o Oscar disponibilizou em seu site oficial as normas que valerão em 2022 e serão obrigatórias a partir de 2024, mas apenas para a categoria de Melhor Filme.
Confira as novas regras do Oscar:
Padrão A: Representação nas telas, temas e narrativas
A1. Atores principais ou coadjuvantes importantes
Determina que pelo menos um dos principais atores ou coadjuvantes deve ser de um grupo racial ou étnico “sub-representado” como asiáticos, hispânicos, latino-americanos, negros, afro-americanos, indígenas, nativos americanos e entre outros.
A2. Elenco de conjunto geral
Exige que cerca de 30% ao total dos atores em papéis secundários devem pertencer a dois dos seguintes grupos sub-representados como as mulheres, LGBTQ+, pessoas com deficiências cognitivas ou física e indivíduos de grupo racial ou étnico marginalizados pela sociedade.
A3. Enredo principal / assunto
O enredo principal, tema ou narrativa do filme é centrado em um dos grupos como as mulheres, LGBTQ+, pessoas com deficiência e mais.
Padrão B: Liderança criativa e equipe de projeto
Para atingir o Padrão B, o filme deve atender a UM dos critérios abaixo:
B1. Liderança criativa e chefes de departamento
Duas das seguintes posições de liderança criativa e chefes de departamento devem ser ocupadas por mulheres, pessoas com deficiência, LGBTQ+ ou outros grupos que ainda são negligenciados, além de uma dessas posições ser de uma pessoa que integra em algum grupo étnico e racial sub-representado.
Entende-se por liderança e chefia de departamento: diretor de elenco, diretor de fotografia, compositor, figurinista, diretor, editor, cabeleireiro, maquiador, produtor, designer de produção, decorador de cenário, som, supervisor de efeitos visuais e escritores.
B2. Outras funções-chave
Com exceção da assistente de produção, no mínimo, seis indivíduos nas equipes ou cargos técnicos devem ser de um grupo racial ou étnico.
B3. Composição geral da equipe
Diante da equipe cinematográfica é estabelecido que no mínimo 30% seja composto por mulheres, LGBTQ+, pessoas com deficiência e grupo racial ou étnico.
Padrão C: Acesso e oportunidades da indústria
Para atingir o Padrão C, o filme deve atender aos ambos os critérios abaixo:
C1. Oportunidades de aprendizagem e estágio remunerado
Deve ser paga a aprendizagem ou estágio pela distribuidora ou financiadora do filme para pessoas que participam de tais grupos sub-representados: LGBTQ+, mulheres, pessoas com deficiência cognitiva ou física e grupo racial ou étnico. Assim, na maioria dos departamentos com estúdios ou distribuidoras grandes deve ter a presença desses na produção, música, efeitos visuais, negócios, marketing e entre outras opções, com a obrigação de remuneração contínua.
No caso de mini estúdios ou distribuidores independentes, deve haver pelo menos dois aprendizes ou estagiários de grupos sub-representados e no mínimo um pertencente a um grupo racial ou étnico pouco retratados.
C2. Oportunidades de treinamento e desenvolvimento de habilidades (equipe)
Esse tópico estabelece o treinamento e/ ou oportunidades de trabalho para que se desenvolva habilidades para pessoas que fazem parte dos grupos como as mulheres, pessoas com deficiências, grupo racial ou étnico e LGBTQ+.
Padrão D: Desenvolvimento de público
Para atingir o Padrão D, o filme deve atender ao critério abaixo:
D1. Representação em marketing, publicidade e distribuição
O estúdio e/ ou empresa de cinema deve ter vários executivos seniores internos dentre os grupos pouco representados como as pessoas com deficiência, mulheres, LGBTQ+ e grupo racial e étnico que podem participar das suas equipes de marketing, distribuição e/ ou marketing.
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Por Amanda Marques – Redação Fala!