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5 livros sobre distopias pra ler durante a quarentena

Em tempos de pandemia de Covid-19, a recomendação é ficar em casa, embora essa seja uma experiência desafiadora para algumas pessoas. Para vencer o tédio, uma boa pedida é ler.

A leitura, além de conseguir nos transportar para realidades paralelas, pode nos fazer refletir sobre a realidade que nos cerca. Sendo assim, decidimos fazer uma lista de distopias para que vocês aproveitem melhor o tempo em casa.

Confira 5 livros para ler durante a quarentena

1984, George Orwell

livro 1984 de george orwell
Capa da versão americana de 1984. | Foto: Reprodução.

O período de isolamento social por conta do novo coronavírus pode ser um bom momento para apreciar a leitura deste clássico da literatura mundial. Tido por muitos especialistas como uma das melhores distopias de todos os tempos, o livro escrito pelo escritor e jornalista inglês, George Orwell, é leitura obrigatória para quem gosta de política.

Publicado em 1949, o livro se passa em um país dominado por um regime totalitário personificado na figura do Big Brother (Grande Irmão, em português), cujo o Estado tem controle total da mídia, da língua, da cultura e até dos pensamentos dos cidadãos. Percebe-se, a partir dessa informação, o claro desejo de Orwell em criticar governos ditatoriais de sua época, como Stalin e Hitler.

A trama foca na vida de um funcionário do Ministério da Verdade, Winston Smith, e sua trajetória de indiferença até a sua revolta contra o sistema. A temática do livro continua bem atual e pode servir de base para reflexões acerca da nossa sociedade moderna, onde cada vez mais empresas e governos têm acesso e controle sobre as nossas informações.

Ensaio sobre a Cegueira, José Saramago

livro ensaio sobre a cegueira de josé saramago
Ensaio sobre a Cegueira, de José Saramago. | Foto: Reprodução.

O livro Ensaio sobre a Cegueira, do escritor português José Saramago, tem muito a ver com a situação enfrentada por nossa sociedade hoje. A obra relata a epidemia de uma cegueira branca, da qual não se sabe a origem, que afeta a população inteira de um país fictício, deixando ilesa apenas uma mulher.

Saramago descreve o quanto a cegueira desestabiliza a sociedade e os indivíduos, retirando-os, muitas vezes, de toda sua humanidade. O livro é repleto de passagens impactantes que levam o leitor a ponderar sobre a condição humana diante de situações tão adversas.

O romance, publicado em 1995, conta com o jeito único de Saramago de escrever que, em um primeiro momento, pode dificultar a compreensão. Porém, após alguns minutos de leitura, se torna um item essencial para a construção da atmosfera do livro.

A obra, com certeza, foi uma das que mais pesaram para a indicação do autor para o prêmio Nobel de Literatura, do qual se tornou o primeiro e, até então ,único escritor de língua portuguesa a ganhar em 1998. Certamente, será uma leitura muito construtiva para aproveitar a quarentena.

Maze Runner, James Dashner

livro maze runner de james dashner
Capas das edições americanas dos três primeiros livros da saga. | Foto: Reprodução.

Não um livro apenas, mas uma saga composta por seis livros. Ao contrário das duas obras aqui já citadas, o público-alvo dessa saga são os jovens. Contudo, a temática é a mesma do Ensaio sobre a Cegueira, uma epidemia.

Na obra literária escrita pelo escritor James Dashner, o mundo é desolado por um vírus chamado Fulgor, que destrói, gradativamente, o cérebro das pessoas, levando-as à loucura. Porém um pequeno grupo de pessoas são imunes ao vírus, em geral jovens. Esse fato faz com que uma organização chamada de CRUEL (sigla para Catástrofe e Ruína Universal: Experimento Letal) passe a fazer testes com estes jovens.

A saga acompanha a trajetória, as descobertas e as emoções de um personagem em especial, o jovem Thomas. A leitura dessa saga traz questionamentos importantes sobre os limites éticos da medicina, isso sem abandonar uma linguagem acessível ao público juvenil.

Jogos Vorazes, Suzanne Collins

saga jogos vorazes de suzanne collins
Capa das edições em língua portuguesas dos três livros da saga. | Foto: Reprodução.

Mais uma saga, ou melhor, uma trilogia. Escrita pela escritora americana Suzanne Collins, a saga se passa em um país distópico chamado Panem, dominado pela Capital, uma metrópole tecnologicamente avançada.

A Capital organiza anualmente os Jogos Vorazes, em que um garoto e uma garota, com idade entre doze e dezoito anos, de cada um dos distritos do país, previamente escolhidos na “Colheita”, participam de uma batalha televisionada em uma arena na qual todos os elementos devem lutar até a morte, admitindo-se apenas um sobrevivente que, por consequência, também é o vencedor.

Assim como a saga anterior, Jogos Vorazes tem como público-alvo os jovens e adolescentes e, apesar disso, consegue debater temas relevantes como a inferiorização da condição humana por puro entretenimento, a exemplo dos gladiadores que, na Roma Antiga, lutavam até a morte para o divertimento do público romano.

Desde que o primeiro livro foi publicado no ano 2008, a saga foi bem recebida tanto pelo público como pela crítica, levando a uma adaptação cinematográfica cujo o roteiro foi escrito pela própria Suzanne Collins, com ajuda do diretor Gary Ross em 2012.

Petrus Logus – O Guardião do Tempo, Augusto Cury

livro Petrus Logus - O Guardião do Tempo de Augusto Cury
Petrus Logus – O Guardião do Tempo, de Augusto Cury. | Foto: Reprodução.

O único livro escrito por um brasileiro na lista, o psiquiatra e professor Augusto Cury. A obra também foca no público juvenil, assim como as duas últimas aqui citadas.

O protagonista da trama, o jovem Petrus, filho do Rei Apolo, vive em um mundo pós-Terceira Guerra Mundial onde seu pai governa um dos mais poderosos reinos de sua época, Cosmus.

No Reino de Cosmus é vedada a propagação de conhecimento, ou seja, as escolas e bibliotecas foram abolidas. Porém, Petrus, apesar das proibições, decide ir em busca de conhecimento, para saciar sua imensa curiosidade. Atitude que confronta a autoridade de seu pai e põe em xeque sua posição de príncipe.

O enredo gira em torno das vivências de Petrus em busca de liberdade em um ambiente extremamente autoritário. Sendo uma boa opção para os jovens durante esse período de isolamento.

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Por Jefferson Ricardo – Fala! UFPE

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