#VidasNegrasImportam é o nome do movimento que vem ganhando destaque durante as últimas semanas, onda vinda da eclosão de protestos contra o racismo nos Estados Unidos. Consequência da brutalidade policial, os assassinatos de pessoas negras nos EUA foram, finalmente, a gota d’água que gerou inquietação no povo, não só norte-americano, mas ao redor do mundo.
Devido a isso, muitas pessoas têm se posicionado e procurado saber mais sobre o movimento antirracista. No Brasil, por exemplo, já ocorreram manifestações visando a justiça em relação às mortes de negros no país e ao racismo estrutural. Porém, uma grande parcela desses indivíduos se limita a ações nas redes sociais, muitas vezes, com o objetivo de se sentir bem consigo mesmos.
Na terça-feira (02/06), o Instagram foi tomado por quadrados pretos usando a #blackouttuesday. A intenção por trás dessa era amplificar a voz da comunidade negra por meio do silêncio e promover informações úteis em relação ao movimento e à luta antirracista. É essencial dizer que, publicar uma foto preta e depois fazer comentários racistas “em off”, não é lutar pelas vidas negras que importam, é apenas ser racista.
Visto isso, a seguir, se encontram maneiras para dar suporte ao movimento antirracista de forma a gerar resultados positivos, sendo esses grandes ou pequenos:
Como dar suporte ao movimento antirracista
1. Procure saber mais sobre o assunto
Em primeiro lugar, é essencial procurar se educar sobre o assunto. Pesquise sobre termos como “Racismo Estrutural”, “Privilégio Branco” e “Lugar de Fala”, procure entender a história por trás do racismo impregnado hoje em dia e se reitere dos números e fatos que refletem os ideais da sociedade contemporânea.
Depois disso, procure educar aqueles próximos a você, questionando crenças fundamentalmente racistas. Tenha conversas desconfortáveis.
Algumas dicas de leituras, filmes e séries que abordam o tema em questão:
Livros:
- Pequeno Manual Antirracista – Djamila Ribeiro
- Mulher, Raça e Classe – Angela Davis
- Como Ser Antirracista – Ibram X. Kendi
- Eu Sei Por que o Pássaro Canta Na Gaiola – Maya Angelou
- Não basta não ser racista: Sejamos antirracistas – Robin Dianglo
- Branquitude: Estudos Sobre a Identidade Branca no Brasil – Tânia M. P. Müller e Lourenço Cardoso
Filmes:
- 13th – Netflix
- Atlanta – Netflix
- O Ódio Que Você Semeia – Telecine
- American Son – Netflix
- Infiltrados na Klan – Telecine
Séries:
- Cara Gente Branca – Netflix
- Olhos Que Condenam – Netflix
- A Vida e a História de Madam C. J. Walker – Netflix
- Sete Segundos – Netflix
- What Happened, Miss Simone? – Netflix
2. Seja ativamente antirracista
Seja ativamente antirracista, colocando em prática tudo que lê e publica: é preciso ultrapassar a teoria e colocar a mão na massa. Reflita sobre a sua posição perante situações racistas corriqueiras e, se preciso, mude-a. Converse com pessoas que tenham um posicionamento oposto ao seu, com o objetivo de conscientizá-las.
Não seja antirracista apenas quando “está na moda”, lute até que a luta chegue ao fim, sendo um aliado e advogado dos direitos igualitários.
3. Posicione-se
Se for o caso, reconheça seu privilégio branco e o use para o bem: se posicione, falando pelos que têm sua voz diminuída, porém, aprenda o momento de parar para escutar.
4. Assine e compartilhe petições
Assine e compartilhe petições. Se possível, doe para instituições que visam combater o racismo.
Use as redes sociais como espaço para discussão. Mesmo se sua plataforma não atinja muitos, sua voz pode mudar a perspectiva de alguém.
Links:
- Petições: https://blmbr.carrd.co/#peticoes
- Doações: https://blmbr.carrd.co/#doe
- Página inicial do movimento, onde se encontram artigos, informações e materias para a educação sobre o tema: https://blmbr.carrd.co/
Por fim, é importante lembrar que, se você está apenas observando o problema, quer dizer que você tem o privilégio de fazer essa escolha, então, escolha não fazê-la. Atue pelo bem e pela igualdade de todos. Use sua voz, se informe e promova um discurso equilibrado que vise apoiar o movimento antirracista também na prática.
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Por Maria de Toledo Leite – Fala! Cásper