No último sábado, em partida válida pela 13ª rodada do Novo Basquete Brasil, São Paulo e Paulistano se enfrentaram no Ginásio Wlamir Marques, casa do Corinthians. O confronto entre o terceiro (São Paulo) e quarto (Paulistano) colocados, por si só, já chamaria a atenção do apaixonado pelo basquete brasileiro, porém, ao longo da semana, um surto de Covid-19 apareceu dentro do São Paulo e, de repente, o clube se viu sem seus principais jogadores.
O tricolor da capital tem em sua força o talento de jogadores como o ala ‘quarentão’ e maior pontuador da história do NBB, Shamell, que vive grande fase e vinha de uma partida de 38 pontos contra a forte equipe do Franca; o armador Georginho, a jovem estrela do basquete brasileiro e atual MVP da competição; Jefferson William, ala pivô experiente que também tem sido peça importante no jogo do São Paulo, entre outros nomes… porém, para a partida de sábado, nenhum desses nomes estariam disponíveis no plantel do técnico Cláudio Mortari.
Após a vitória contra o Pinheiros, por 100 a 72 no dia 10 de fevereiro, a equipe do Morumbi sofreu com um surto de coronavírus em seu elenco, e alguns de seus principais nomes estavam contaminados pela doença. Georginho (armador), Shamell (ala), Jefferson William (ala/pivô), Gerson (pivô), Dawkins (armador) e Isaac (ala) tiveram seus testes confirmados como positivos e não poderiam participar no importante duelo de sábado.
Sendo assim, o elenco são paulino contava apenas com: o armador de 21 anos Igor, que estava lesionado; os alas Danilo Penteado e Bennet; o pivô Lucas Mariano e o ala/pivô Renan Lenz. Eram apenas cinco profissionais disponíveis, sem nenhuma peça de reposição no banco de reservas, portanto, três atletas das categorias de base do clube foram chamados para compor o time contra o Paulistano. O São Paulo convocou algumas de suas principais joias, mas que ainda são muito jovens. Calebe, de apenas 15 anos; Igor de Jesus, de 16 anos e Enrico, pivô de 2.02 metros de altura e 16 anos de idade.
Basquete nacional: a superação do São Paulo contra o Paulistano
Com um elenco curtíssimo e três jovens das categorias de base, o natural seria uma vitória do bom time do Paulistano de Ruivo, Maique, Deryk… mas o São Paulo pensava de maneira diferente. No primeiro quarto, o tricolor venceu por 14 a 13, com pontos de Lucas Mariano, Renan e Bennet. O destaque do paulistano foi Thomas, saindo do banco e anotando sete pontos.
No segundo quarto, começou o show de Lucas Mariano. Foram 9 pontos para o camisa 28 e uma vitória por 17 a 10 no período, levando o jogo para o intervalo com um placar de 31 a 23 para o São Paulo. Na volta do intervalo, o Paulistano retornou melhor e venceu o 3º período por 21 a 18, com nove pontos do armador Ruivo.
No último e derradeiro período, a equipe tricolor já estava completamente exausta, visto que os cinco titulares jogaram todos os minutos da partida, mas isso não os impediu de buscar uma vitória histórica.
O time do Morumbi venceu por 71 a 63, em um jogo de dificuldades praticamente inéditas e contra um grande adversário. Foram 27 pontos para Lucas Mariano, pivô convocado para a Seleção Brasileira, 15 rebotes para Danilo Penteado e 10 assistências para o armador Igor. Pelo lado do Paulistano, os destaques foram Ruivo, com 21 pontos, e Thomas, com 18, o pivô Maique pegou 10 rebotes e Deryk distribuiu 5 assistências ao longo do duelo.
Com apenas 5 jogadores jogando todos os minutos da partida, enfrentando um difícil adversário, o São Paulo entrou para a história do NBB com uma vitória improvável, na base da superação e da raça, mantendo-se no topo da tabela e mantendo viva a sequência de nove vitórias consecutivas, somando o NBB e a Champions League das Américas. Em apenas seu segundo ano na categoria, o São Paulo se mostra, mais do que nunca, como um dos grandes candidatos ao título nacional ao lado de Franca, Flamengo, Minas Tênis Clube e, inclusive, o próprio Paulistano.
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Por Filipe Saochuk – Fala! PUC