Por Lais Morais – Fala!PUC
Aconteceu entre os dias 24 e 27 de agosto, no último final de semana do mês, no shopping JK Iguatemi, a 12º edição da Feira de Fotografia de São Paulo no evento SP-ARTE. Um evento que acontece anualmente em agosto, prometendo intercâmbio cultural e artístico dentro do ramo da fotografia, e se expande da feira para São Paulo, e de São Paulo para o mundo.
A feira contou com 34 exposições, entre elas importantes galerias, editoras e museus, revelando fotografias dos mais consagrados fotógrafos e fotógrafas do Brasil e do mundo. Contou com muitos visitantes desde a inauguração na quinta-feira, apenas para convidados, até domingo, o último dia de exposição. Com o shopping JK Iguatemi completamente invadido por essa manifestação artística, inclusive com propagandas por todos os lugares, não teria como não ser atingido pela imensidão da arte da fotografia.
O evento foi “pacote completo”, com folheto da programação e uma revista com diversas informações e fotografias da exposição sendo entregues logo ao entrar. Além disso, a programação foi introduzida com lançamentos de livros, debates abertos sobre fotografia e visitas guiadas durante todo o dia, com entendedores de diversos assuntos dentro do universo da foto, como o Guilherme Albani, que nos explicou sobre fotojornalismo e fotografia moderna.
Eventos como esse são de extrema importância para a saúde cultural de uma cidade, sobretudo se ele for gratuitos, como foi o caso da SP-ARTE/foto que, apesar de nitidamente ter como público alvo a elite de São Paulo e do mundo, é uma feira de fácil acesso à população, sem custo algum, e traz consigo cultura e arte, que expande o público para novos horizontes, e inspira para novas oportunidades .
Trazendo também uma troca cultural, com diversas pessoas de fora do Brasil no espaço, a ilustre presença de um dos mais renomados fotógrafos brasileiros, German Lorca ao lado de suas obras, e a influência de famosos, como Bruno Gagliasso que comprou uma dos quadros na exposição.
Em contraponto, há uma grande discussão em torno da criação da SP-ARTE/foto que enquanto está em sua 12º edição, a SP-ARTE está em sua 14º. Envolvendo diversas questões e quebra de paradigmas: fotografia é arte? Por que a nudez no pintura é arte e na foto é pornografia? Quais os limites entre fotografia e arte? Essa é uma discussão que vai e volta, e hoje ela está surgindo cada vez mais, junto com uma desconstrução do estereótipo da fotografia, pois antes não era evidente que a mesma era arte. O que foi muito bem impulsionada pela -tardia- abertura, em 1965 na oitava Bienal, quando a fotografia conquistou seu espaço, rompendo diversos padrões dessa polêmica. A fotografia é fadada a ser um registro do agora, enquanto a pintura é uma obra artesanal, um olhar subjetivo e sensível do pintor. Porém a foto é capaz de expandir, o trabalho do fotógrafo vai muito além do “click”, é o momento decisivo, é entender o contexto político e econômico para reproduzi-los, traz a relação da memória e da história em um único retrato o recorte perfeito, fazendo com que a foto seja um registro, de forma transparente da realidade do mundo, fazendo o olhar ir além da onde a vista alcança.
” a arte da fotografia em diversas manifestações” #respirearte