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Síndrome de burnout entre médicos: entenda mais!

O esgotamento profissional ou síndrome de burnout pode comprometer o trabalhador em vários âmbitos. No individual, o seu físico, a sua saúde mental e a sua sociabilidade serão afetados. No âmbito organizacional, existirá uma considerável piora da produtividade. Já no âmbito profissional, é possível que exista lentidão, impessoalidade e negligência.

Síndrome de burnout entre médicos: entenda mais!
Síndrome de burnout entre médicos: entenda mais!

Algumas características do problema são: distanciamento emocional, exaustão, perda de entusiasmo, falta de realização pessoal, e cinismo. De acordo com um estudo do Medscape, 44% dos médicos entrevistados reportaram sofrer de burnout, 11% se definiram como “deprimidos” e 4% foram diagnosticados com depressão. As especialidades com mais indivíduos esgotados profissionalmente foram: Urologia em primeiro lugar (54%), depois Neurologia (53%) e, em terceiro, Medicina Física e Reabilitação (52%). Confira outras porcentagens:

  • Medicina Interna (49%)
  • Medicina de Emergência (48%)
  • Medicina de Família (48%)
  • Endocrinologia (47%)
  • Infectologia (46%)
  • Cirurgia Geral (46%)
  • Gastroenterologia (45%)

Os participantes da pesquisa citaram como os principais motivos: excesso de burocracia (paperwork), muitas horas no trabalho e aumento do uso de computadores, por exemplo ao escrever o prontuário eletrônico.

Para confirmar as queixas e trazer outro ponto de vista, o entrevistado foi o médico urologista Thiago Vilela Castro (@thiago_vilelacastro – CRM 18700), de 32 anos. O profissional disse que nos últimos anos a incidência aumenta, e em médicos ela é bastante prevalente. Para ele, a maioria dos casos está em Medicina de Emergência (pronto-socorro), Urologia e Anestesia.

Os anestesistas trabalham, em sua maioria, em plantões e a remuneração acontece de acordo com as horas de trabalho. Muitos deles passam a maior parte do tempo parados, o que é entediante. Ele diz que em Urologia, por ser uma especialidade cirúrgica, a formação é muito demorada: são no mínimo seis anos para se tornar um urologista, além da faculdade de medicina, e ainda tem a sub-especialidade, no caso dele, transplante renal. Urologistas também executam cirurgias grandes, pequenas e procedimentos complexos que podem demorar muito. 

O profissional também confirmou a prática do paperwork: muito tempo fazendo relatórios para convênios, pedidos e descrições de cirurgia. Ele se queixa do quanto isso atrapalha o dia a dia, enquanto poderia estar consultado e operando. Entretanto, ocorre em todas as especialidades e é algo que precisa ser aceito.

O médico encerra ao dizer: “De forma geral, se a pessoa gostar do que faz, nada justifica um burnout“. Ele escolheu uma área que gosta bastante e justifica a sua escolha explicando que é um ramo muito diverso, composto por endoscopia, consulta, operatório e pós-operatório. Ou seja, diferentes ambientes para desenvolver a mesma profissão.

Referências: Medscape – Informações de médicos para médicos.

Por Izadora Del Bianco (@izadbr)

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