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‘Sex/Life’: confira a crítica do novo erótico da Netflix

Série criada por Stacy Rukeyse, Sex/Life possui uma trama relativamente simples, mas que aborda alguns conflitos no meio do caminho de um jeito bem duvidoso. Inicialmente, vocês vão conhecer Billie Connelly, uma mulher casada que possui uma vida confortável ao lado do marido e seus filhos.

No entanto, há uma pequena tentação em seu caminho, que se chama Brad Simon, um ex-namorado e amante extremamente sedutor que volta a invadir seus pensamentos mais profundos. Apesar de ter momentos de plena união com seu marido, Brad chama mais sua atenção, de todas as formas possíveis, sobretudo quando as provocações passam a ser verdadeiras.

Com isso, a produção aposta mais em evidenciar uma visão crítica sobre a insatisfação conjugal e a monogamia, propondo-se a trazer várias reflexões necessárias em certas passagens e sequências da trama. Mas tudo isso acaba soando muito superficial em uma análise mais elaborada, tendo em vista que os personagens não conseguem avançar minimamente em uma evolução contínua, o que torna tudo ainda mais difícil. Pensando nisso, leia uma crítica de Sex/Life.

Sex/Life
Confira a crítica do novo erótico da gigante do streaming. | Foto: Reprodução/Netflix.

Sex/Life – crítica da nova aposta erótica da Netflix

Com 8 episódios, de mais ou menos 50 minutos cada, todos dirigidos por mulheres, Sex/Life tem méritos notáveis em questões técnicas, como o uso da luz neon para propiciar um clima de mistério e sedução e também dos planos gerais para se distanciar de determinadas emoções exageradas vistas em cena. Mesmo assim, nada parece beneficiar a narrativa de forma efetiva.

A produção é movida por diversos contos clichês empacotados na vida perfeita. Billie, que é interpretada por Sarah Shahi, tem o marido perfeito, os filhos perfeitos e a casa perfeita. Mas não tem o que mais deseja: satisfação sexual. Pode até parecer um motivo inútil para tentar reviver um passado que nem é tão satisfatório assim, porém, pode acreditar, que o sexo é a junção da atração, com paixão e desejo pelo outro.

A produção retrata, através dos escritos da própria Billie, as insatisfações de grande parte das mulheres em relação à vida sexual, ao casamento, à vida social, aos filhos e a outras questões. Demonstra como um ex-namorado (psicologicamente abusivo) pode ser um escape, um modo de satisfazer as relações sexuais, enquanto o marido (perfeito até demais para ser verdade) é apenas um modo de preencher as diversas outras lacunas da vida adulta. Dessa maneira, apesar de querer mais dessa relação, nada é feito ou dito efetivamente, apenas sentido e guardado.

Polêmicas e erotismo

Com isso em mente, fica a sensação de que os produtores queriam apenas um pretexto para colocar o elenco nu diante da câmera e chamar a atenção pela polêmica de mais uma história picante no streaming. É preciso ser mais do que apenas uma trama de provocações inconsistentes diante de um público cada vez mais crítico e observador nas telinhas como já sabemos.

Ainda com os clichês mais corriqueiros da série, como as personalidades dos vizinhos tanto de Billie quanto os de Brad, fica a sensação de que não houve qualquer esforço para trazer algo mais novo e interessante para os espectadores, partindo apenas de uma história superficial, que poderia ser mais trabalhada em algum aspecto mínimo, para servir algo além de muitas cenas puramente sensuais.

Em abordagens completamente esquecíveis, Sex/Life poderia ser mais, muito mais na verdade, discutir mais, abraçar mais e se entender mais. No entanto, prefere se alimentar de poucas ideias e conflitos bem básicos no geral, esquecendo-se, até mesmo, de seu título, que mesmo sendo composto por apenas duas palavras, carrega muitos significados dentro dele e que, em nenhum momento, são encontrados na narrativa.

De forma geral, apesar da trilha sonora boa, das cenas eróticas e do drama bem dosados, das interpretações fantásticas e de cada episódio receber o nome de uma canção famosa, a série deixa muito a desejar. O roteiro de Sex/Life é muito confuso, sempre volta à mesma questão que parece bastante óbvia a todos os telespectadores. Sem contar que, no momento em que poderia terminar, não termina.

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Por Sabrina Ferreira – Fala! Centro Universitário Brasileiro de Pernambuco – Recife

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