Região palestina convive com problemas estruturais e relata primeira morte de Covid-19
A Faixa de Gaxa é um território palestino, a costa oeste de Israel, na fronteira com o Egito. Essa região se identifica pela pobreza e superpopulação, com quase 2 milhões de pessoas. Os habitantes já encaram o confinamento, a reduzida circulação e o medo da morte desde 2007, quando o grupo Hamas passou a governá-los e aplicou bloqueio terrestre, marítimo e aéreo de Israel. Assim, a região já vive a experiência de quarentena mundial antes do Covid-19 chegar.
Assim, ocorrendo preocupação com o enclave, o porta-voz do Ministério da Saúde, Ashraf Al Qodra, a expressou ao surgirem os primeiros casos, afirmando a tomada de medidas pelo governo local para conter a propagação da doença, por causa das consequências catastróficas que podem ser geradas pela grande densidade populacional e a falta de infraestrutura sanitária básica.
O Ministério da Saúde da Faixa de Gaza relatou a primeira morte do novo coronavírus na região palestina, no sábado (23). A vítima foi Fadila Muhammad Abu Raida, de 77 anos, faleceu no hospital de Rafah (sul). Ele estava entre os casos que aumentaram nos últimos dias com o retorno de residentes, que até a publicação dessa reportagem, em toda Israel, foram confirmados 16.720 casos e 280 mortes.
O governo israelense estabeleceu uma série de medidas para conter a doença, como o fechamento das fronteiras de Israel e Egito, que conseguiu limitar o número de casos do vírus para menos de 20.
Entretanto, nos últimos dias, cerca de 1.500 palestinos presos no Egito foram autorizados a retornar por meio da entrada de Rafah, e uma quantidade menor foi autorizada a entrar por Israel.
Após a volta dos residentes, o número de casos aumentou e Yussef Abu al-Reesh, diretor-geral da Saúde, disse, na quinta-feira(21), que quem retornou se misturou com outros residentes e as autoridades estão verificando se houveram encontros de pessoas infectadas do interior de Gaza antes da quarentena.
Antes do surto, nas semanas anteriores, havia menos casos, então, as medidas preventivas de Gaza foram relaxadas e os cafés e restaurantes foram autorizados a reabrir.
Primeiros casos na Faixa de Gaza
Os primeiros dois casos foram confirmados em 22 de março, pelo anúncio do Ministério da Saúde local, de dois palestinos de 30 anos, que se contaminaram quando estavam voltando do Paquistão.
Eles foram isolados em um centro de quarentena próximo ao Egito e o Ministério informou a estabilidade no quadro de saúde de ambos os jovens. Após os diagnósticos positivos, chegou ao local uma equipe da Organização Mundial da Saúde (OMS)
Hospital colaborativo construído por palestinos e israelenses em Gaza
Os palestinos, junto com israelenses, construíram no enclave da Faixa de Gaza dois centros de saúde, por ser um território isolado, para lidar com o caos causado pelo Covid-19. Além do governo de Israel afirmar que faz todo o possível para que equipamentos médicos cheguem a Gaza, por meio do envio de 600 kits de diagnóstico e 1000 trajes de proteção.
O Dr. Rami Al-Abadlah, diretor- adjunto do Departamento de Controle de Infecções, conta que estão sendo construídos dois centros de saúde para o isolamento de pessoas contaminadas pelo vírus, um maior na região de Rafah, com 600 quartos, e outro próximo à passagem de Beit Hanoun, com 400 quartos.
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Por Carina Gonçalves – Fala! Mack