Há 45 anos, era lançado nos cinemas dos Estados Unidos Star Wars: Episódio IV – Uma Nova Esperança, de George Lucas. Contrariando as expectativas, o longa recuperou todos os US$ 9 milhões investidos – grande parte do bolso do diretor – em apenas cinco semanas de exibição.
O filme foi responsável por lançar grandes nomes na indústria cinematográfica, como Harrison Ford (Indiana Jones), Mark Hamill (Kingsman: Serviço Secreto) e Carrie Fisher (Harry e Sally – Feitos Um para o Outro). O primeiro episódio da saga chegou a receber 10 indicações ao Oscar, levando seis estatuetas para casa, entre elas a de melhor filme, melhor trilha sonora, melhor diretor e melhor roteiro original.
Enredo de Star Wars
Para quem ainda não viu, Star Wars: Episódio IV – Uma Nova Esperança – originalmente lançado apenas como Star Wars – acompanha Luke Skywalker (Mark Hamill). Luke é um jovem fazendeiro que sonha conhecer o universo, mas é impedido por seus tios que temem que ele siga o caminho do pai.
A sua vida muda após adquirir dois droides: R2-D2 (Kenny Baker) e C3-PO (Anthony Daniels). Eles foram enviados ao planeta a pedido da princesa Leia (Carrie Fisher), que foi presa por roubar os planos do projeto secreto imperial, a Estrela da Morte, e fazer parte da resistência.
A fim de esconder os planos, Leia os coloca em um dos droides, que tem a missão de encontrar Obi-Wan Kenobi (Alec Guinness). Guiado pela curiosidade e vontade de justiça, Luke acaba se envolvendo na busca e, junto com o contrabandista Han Solo (Harrison Ford), ajuda a aliança rebelde a salvar a galáxia.
Além disso, o filme traz diversas expressões, como Jedi, sabre de luz, Sith, e personagens com personalidades bem escritas, com mulheres que fogem do padrão Manic Pixie Dream Girl, ou seja, garotas que só aparecem na trama para que o personagem principal – geralmente um homem – evolua.
George Lucas classificou o filme como “ópera espacial”, mas os sites costumam classificar Star Wars como ficção-científica ou fantasia espacial, por ter elementos dos dois gêneros.
Saga Star Wars
Inicialmente, esse era para ser o único filme da franquia, mas o sucesso incentivou o diretor a continuar a saga. No total, são 11 filmes canônicos pela Disney e Lucasfilm. Veja por ordem de data de lançamento a seguir:
1. Star Wars: Episódio IV – Uma Nova Esperança (1977)
2. Star Wars: O Império Contra-ataca (1980)
3. Star Wars: O Retorno do Jedi (1983)
4. Star Wars: A Ameaça Fantasma (1999)
5. Star Wars: Ataque dos Clones (2002)
6. Star Wars: A Vingança dos Sith (2005)
7. Star Wars: O Despertar da Força (2015)
8. Rogue One: Uma História Star Wars (2016)
9. Star Wars: Os Últimos Jedi (2017)
10. Han Solo: Uma História Star Wars (2018)
11. Star Wars: A Ascensão Skywalker (2019)
Lembrando que, cronologicamente, os filmes de 2015, 2017 e 2019 continuam a história terminada em 1977. Já os de 1999 e 2005 precedem o filme de 1977.
Além dos filmes, foram lançadas séries como The Mandalorian (2019), O Livro de Boba Fett (2021) e Obi-Wan Kenobi (2022). Sem contar as animações que expandiram esse universo e acrescentaram novos personagens, como Star Wars: A Guerra dos Clones (2008-2020) e Star Wars Rebels (2014-2018).
Afinal de contas, qual é a importância da franquia?
Star Wars ajudou a fundar o cinema moderno e aquilo que conhecemos como Blockbuster, ou seja, produções que fazem muito sucesso e geram um grande lucro. O conceito começou com o filme Tubarão (1975), de Steven Spielberg, que conseguiu mais de US$ 100 milhões de dólares de bilheteria e teve grande alcance popular.
Além de ser a primeira produção voltada para o entretenimento, não mas para a arte pura, o filme também ganhou um investimento pesado no marketing para promover a obra – algo pouco comum antes.
Mas, apenas após o lançamento da saga que os fãs realmente começaram a vestir o produto. Eles passaram a se caracterizar como os personagens, além de comprar brinquedos e artigos de colecionador. Muitos criaram novas tramas, extra-oficiais, expandindo o universo do filme, como livros e quadrinhos.
Isso se deu porque, devido aos diversos problemas durante a filmagem, Lucas conseguiu os direitos sobre a obra e personagens. Além disso, em 2012, a Disney comprou a Lucasfilm, de George Lucas, a fim de explorar a marca comercialmente e produzir mais longas dentro desse universo.
Foi nesse momento que surgiu o nerdismo atual, o colecionismo, as convenções de fãs como conhecemos e os grupos de discussão. Além disso, apenas após o lançamento de Star Wars que as pessoas passaram a reassistir filmes em casa.
Para você ter uma ideia do sucesso, a inesquecível frase “Que a Força esteja com você!” foi eleita a 8ª frase mais memorável pelo AFI (American Film Institute) e o Darth Vader é considerado o 3º maior vilão do cinema americano.
Design
Com uma vibe tecnológica e futurista, o design de Star Wars se destaca no cinema. Criado pelo designer e ilustrador Ralph McQuarrie, também responsável pelo design da nave de E.T: Extraterrestre (1982), o cenário do filme ficou no imaginário popular. Até mesmo as pessoas que não acompanham a saga conhecem o traje de Darth Vader, as armaduras dos Stormtrooper e os inesquecíveis sabres de luz.
Efeitos Sonoros
Composta por Ben Burtt – também responsável pelos sons de Indiana Jones (1981) e WALL-E (2008), os efeitos sonoros de Star Wars transformaram o cinema. Butt é considerado um mago quando o assunto é sonoplastia. Afinal, ele é responsável pelo som da respiração do Darth Vader, zumbido do sabre de luz e a voz do icônico R2-D2.
Além disso, a trilha composta pelo maestro John Williams ajudou Star Wars a deixar sua marca registrada na cultura pop. Assim como não é possível imaginar os filmes da Marvel sem sua música de entrada, é difícil pensar em Darth Vader sem sua marcha imperial.
Williams também é responsável por outras trilhas incríveis de filmes como Tubarão, Indiana Jones, E.T: O Extraterrestre, Jurassic Park e os três primeiros filmes da saga Harry Potter, iniciada em 2001.
Jornada do Herói
A popularização das histórias contadas em várias partes, comuns no universo teatral, também ocorreu em razão de Star Wars. O longa se baseou na divisão em atos – com começo, meio e fim – e separou as histórias em três filmes.
A Jornada do Herói, muito utilizada nos filmes da DC e Marvel, também foi estreada neste filme. Trata-se de um conceito de rito cíclico estabelecido pelo antropólogo Joseph Campbell em seu livro O Herói de Mil Faces, de 1949.
Segundo Campbell, todas as pessoas passam – em menor ou maior grau – por essa jornada pelo menos uma vez na vida. Ou seja, talvez você não tenha que lutar contra a escuridão ou um vilão que deseja dizimar metade da população da terra, mas com certeza enfrenta desafios que provam suas habilidades e o transformam.
Star Wars é muito mais que um filme que conta uma história ocorrida “há muito tempo atrás, em uma galáxia muito, muito distante”. Ele é um marco cultural, que mudou a vida das pessoas e a indústria cinematográfica.
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Por Geovana Ferreira de Sá – Fala! Mackenzie