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Qual a importância das campanhas de vacinação anual?

Enquanto não só o Brasil, como o resto do mundo, vem enfrentando com o uso de vacinas a pandemia de Covid-19, o debate sobre a importância de se tomar outras vacinas necessárias veio à tona com muita intensidade no País. O ditado popular “melhor prevenir do que remediar” se aplica perfeitamente à vacinação, pois diversas doenças, antes comuns no Brasil, só deixaram de preocupar a sociedade e de ser um problema de saúde pública por conta das vacinações em massa. Mas, sem dúvidas, essas vacinações só foram tão aderidas pelo empenho das campanhas vacinais, que se mostram mais do que eficientes e importantes, anualmente, para a consciência da população acerca da importância do ato de se vacinar.

A seguir, entenda como as campanhas de vacinação brasileira garantem, todos os anos, que a população se imunize.

As campanhas de vacinação no Brasil são o segredo para o sucesso das vacinas durante anos no País.
As campanhas de vacinação no Brasil são o segredo para o sucesso das vacinas durante anos no País. | Foto: Reprodução.

O impactos das campanhas de vacinação no Brasil

Foram as campanhas de vacinação que fizeram com que as vacinas fossem a solução erradicante de doenças naturais no passado, mas raríssimas nos dias de hoje, como poliomielite, sarampo, rubéola, tétano e coqueluche. Mas apesar de o Brasil ser mundialmente reconhecido pelo seu programa de imunização exemplar e bastante seguido pelos cidadãos, infelizmente, nos últimos anos, o país perdeu boa parte da cobertura vacinal de algumas doenças já erradicadas. Em 2018, por exemplo, o Brasil voltou a registrar casos de sarampo – doença definitivamente eliminada do país em 2016 – e apresentou uma baixa relevante nas taxas de imunização contra a poliomielite.  

Uma das principais razões que explicam o ressurgimento de doenças anteriormente consideradas controladas no País é a falta de saneamento básico. Em regiões onde não há tratamento de esgotos, água potável, limpeza urbana e coleta de lixo, a probabilidade de procriação de vírus e bactérias é muito mais propícia a acontecer. Além disso, com a pandemia de Covid-19, a proliferação das Fake News e o Movimento Antivacinas ganhou protagonismo de diversas formas e de maneira preocupante, pois há da parte dos adeptos ao movimento, teorias sem nenhum fundamento científico que atrapalham a comunicação com pacientes e com a população de modo geral, o que atrasa os objetivos das campanhas de vacinação que pretendem transmitir à comunidade o verdadeiro benefício das vacinas.

As ideologias do Movimento Antivacinas não levam em conta o fato de que a maioria das vacinas levaram anos para serem desenvolvidas e conforme os especialistas, com a tecnologia, isso felizmente tem mudado. Hoje, vacinas seguras, testadas e comprovadamente eficazes, mesmo feitas de maneira mais rápida quando comparado a tempos passados, são as únicas soluções para evitar doenças – como as já erradicadas e anteriormente citadas – e controlar a situação pandêmica e atípica na qual o mundo se encontra. Além de não levar em conta nenhum destes fatores, o Movimento Antivacinas também é criminoso, uma vez que ameaça seriamente a saúde global. 

No Brasil, este movimento vem ganhando cada vez mais espaço e apoio, este é um problema que não pode ser ignorado, pois o movimento, acompanhado de instabilidade política e Fake News, é capaz de prejudicar as tão importantes campanhas vacinais e a confiança nas vacinas que para serem licenciadas para uso, passaram antes por várias fases de avaliação, desde os processos iniciais do seu desenvolvimento até a produção e a fase final que é a aplicação, o que garante sua segurança. Além disso, as vacinas são avaliadas e aprovadas por institutos reguladores, como a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), que no Brasil, vinculada ao Ministério da Saúde, garante a segurança de vacinas que são responsáveis pelo aumento da expectativa de vida humana, pela diminuição da mortalidade infantil e salvam cerca de 3 milhões de pessoas por ano, ou 5 pessoas a cada minuto.

Diante da realidade, a vacinação segue como a melhor maneira de se proteger contra as doenças infectocontagiosas, e é nítida a interferência das campanhas vacinais e da vacinação em massa, por exemplo, na queda expressiva de números da Covid-19 em um país que já superou as 600 mil mortes pelo vírus. A vacinação é a única explicação para a desaceleração no número de óbitos e é nesse contexto que se nota a relevância de campanhas de incentivo à vacinação, cujo principal objetivo é prevenir e proteger a população. 

As campanhas vacinais ano após ano destacam à população que a saúde não é uma responsabilidade exclusiva do Ministério da Saúde, das secretarias, dos profissionais e dos médicos, mas de todo o povo que precisa manter o cartão de vacinas atualizado. Dessa forma, as campanhas vacinais reiteram a vacinação coletiva como uma espécie de pacto social, uma vez que no momento em que uma pessoa decide não se vacinar, ela não está decidindo apenas algo sobre sua vida, mas sobre a de todas as outras pessoas que convivem com ela naquela sociedade. Isto porque se alguém que se recusou a tomar determinada vacina for contaminado por uma doença, poderá transmiti-la para muitas outras, fazendo com que doenças erradicadas ou altamente controladas voltem a circular, colocando em risco milhares de vidas. 

Ao se vacinar, como propõem as campanhas, além de estar se protegendo contra dezenas de riscos, você também protege as pessoas ao seu redor.

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Por Nathalia Medeiros – Fala! UFRJ

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