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Pobreza Menstrual: Como as mulheres mais pobres são afetadas no Brasil

Em pleno século XXI, a chamada pobreza menstrual ainda prejudica a vida e o desenvolvimento de milhares de meninas pelo mundo. Hoje em dia, cerca de 60 milhões de mulheres menstruam, isso representa 30% da população. Esses dias, contudo, podem ser difíceis para muitas mulheres, isso porque não possuem condições de comprar absorventes e se cuidarem. Essa questão, atualmente, está em alta e a pobreza menstrual foi escancarada. A seguir, saiba mais sobre o assunto e como ele impacta a vida de milhares de pessoas que menstruam no Brasil. 

A pobreza menstrual é um problema que afeta milhares de mulheres no Brasil.
A pobreza menstrual é um problema que afeta milhares de mulheres no Brasil. | Foto: Reprodução.

Como a pobreza menstrual afeta a vida de mulheres mais pobres?

Os dias de menstruação que para muitas é um dia comum, com idas a mais ao banheiro e colocando absorventes, para aquelas que não tem acesso a saneamento básico e itens de higiene se torna um pesadelo, a chamada pobreza menstrual. 

Sem acesso a produtos básicos de higiene pessoal, todos os meses elas precisam optar por usar pedaço de pano, papel higiênico, papelão, jornal ou, até mesmo, miolo de pão quando menstruam. 

Um dado do Banco Mundial diz que as meninas perdem cerca de 45 dias letivos por não terem acesso a um absorvente, a evasão escolar e o prejuízo à futura vida profissional dessas meninas deixam ainda mais em evidência a desigualdade de gênero e social do País.

Um outro dado do Fundo das Nações Unidas para infância aponta que 60% das adolescentes já deixaram de ir para escola ou outro lugar por causa da menstruação e 35% já passaram por dificuldades por não terem acesso a absorventes e outros produtos de higiene menstrual.

No começo do mês de outubro, o presidente Jair Bolsonaro vetou a distribuição de absorventes higiênicos para mulheres de baixa renda. Essa distribuição na rede de ensino e sistema penitenciário estava prevista na lei, que criou o programa de proteção e promoção de saúde menstrual e que foi aprovada pelo congresso. O presidente alegou que a distribuição de absorventes é contrária ao interesse público e é inconstitucional. 

Em um das justificativas foi dito que os absorventes não se enquadram nos insumos padronizados pelo sistema único de saúde. Além disso, ao estipular as beneficiárias o princípio não se adequaria ao princípio da universalidade no acesso à saúde no SUS. 

Com isso, milhares de mulheres continuam desesperançosas por um futuro mais digno e de acesso a itens básicos e essenciais de higiene pessoal. 

Falta sensibilidade, e muita, com a realidade do País.

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Por Lívia Ferreira de Almeida – Fala! Mack

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