Para os amantes de esportes, a pandemia do coronavírus tem sido mais adversa do que ela já é pelo mundo, as rotinas e calendários esportivos foram todos interrompidos no ano de 2020 e, sem dúvidas, um dos seguimentos mais afetados foi o do automobilismo.
A fórmula 1, como outras competições integrantes da FIA (Federação Internacional do Automobilismo), são eventos mundiais, feitos em países diversos durante todo o ano, e compostas por pilotos, equipes e organizadores naturais de todo o globo.
E aí está o primeiro desafio nesse cenário de pandemia, como reunir tantas pessoas de diversos países em um só lugar levando em consideração que cada pessoa necessária para a competição andar está cumprindo, ou não, a quarentena em um lugar diferente do mundo, a qual as regras são distintas, sem que isso gere agravamento da pandemia com novos infectados?
Como funciona a temporada da fórmula 1?
O campeonato é realizado em 21 etapas, chamados de grandes prêmios, as corridas são sediadas em 20 países, distribuídas pela Europa, Ásia, América e Oceania. Dessa forma, cada GP é disputado por 20 pilotos, 2 por equipe. A grande competição mundial automobilista se subdivide em duas competições internas, a disputa de construtores e de quem será o campeão mundial da temporada.
A fórmula 1 está entre as cinco competições que mais pagam no mundo, e o dinheiro é o principal motivo para a pressa na comunidade automobilística de iniciar a season 2020, visto que trilhões de dólares são investidos anualmente para o show sobre quatro rodas. As escuderias são financiadas por grandes empresas e nomes do mercado mundial, somado a isso, a renda que a organização ganha de marketing e televisão é milionária.
Quais os principais desafios para o início da temporada 2020?
Em decorrência do Covid-19, países do mundo todo estão parados cumprindo isolamento social e/ou quarentena, umas mais rígidas que outras. No Brasil, por exemplo, que sedia o penúltimo grande prêmio no mês de novembro, encontra-se em recorde diários de mortes e contaminados em todo território nacional, dessa maneira, o acontecimento de um evento que só para o funcionamento exige em média 1.500 pessoas, seria exatamente perigoso para os envolvidos na corrida, quanto para o país.
Outro fator que dificulta a organização do início é o fato de que as sedes das equipes estão em países diferentes, como por exemplo, a Williams e a McLaren, que sediam suas escuderias no Reino Unido, já a Mercedes, localiza-se na Alemanha, a Ferrari encontra-se em solo italiano e a Hass, nos Estados Unidos; cada país em questão vive atualmente uma fase diferente da pandemia respiratória.
Ademais, uma das grandes dificuldades da FIA é conseguir encontrar uma forma de estar sempre testando os colaboradores antes de cada grande prêmio, já que devido ao alto grau de propagação viral do coronavírus, só basta um infectado para comprometer todo o andamento do processo de reabertura dos circuitos.
A FIA já tem um plano de reabertura ou o processo ainda segue sem definições?
A organização na terça, 02/06/2020, definiu as datas das primeiras oito corridas da temporada, com direito à rodada dupla e calendário apertado, o que já era esperado, visto que a temporada, caso não houvesse pandemia, deveria ser iniciada em março.
Os grandes prêmios até agora definidos serão realizados na Áustria, Inglaterra, Hungria, Bélgica, Espanha e Itália, sendo Áustria e Inglaterra os países que sediarão até agora as rodadas duplas. Assim, a primeira das oito corridas já definidas terá iniciado no dia cinco de julho, no circuito de Mogyodori, com transmissão já confirmada pela Rede Globo. As corridas serão realizadas sem público e cada equipe só poderá ser composta por 80 pessoas.
Como as equipes e os pilotos estão encarando a retomada?
Aos poucos, algumas empresas estão voltando ao funcionamento, como é o caso da AlphaTauri Honda, que está encarando essa nova realidade seguindo as novas regras de convivência, respeitando o distanciamento e os protocolos sociais.
Dessa mesma maneira, as outras nove equipes tentam conseguir chegar ao êxito. Já o piloto hexacampeão Lewis Hamilton, da Mercedes, prevê que os pilotos voltarão enferrujados e sem prática quando reiniciar a temporada e diz que “o simulador será mais necessário que nunca”.
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Por Beattriz Melo – Fala! UFPE