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Opinião sobre a pandemia no Brasil – O pior de dois males

No começo dessa pandemia, escrevi uma matéria explicando os perigos do novo coronavirus e como se prevenir. Pude acompanhar a ação de países do mundo todo para combater o vírus e, embora haja líderes mundiais que não levaram isso a sério, o Brasil parece ser o único país a ir na direção ao contrária.

Crise do coronavírus no Brasil
O Brasil enfrenta uma das maiores crises sanitárias com o coronavírus. | Foto: Unsplash.

Crise do coronavírus e política no Brasil

Dois meses se passaram, dois ministros da Saúde deixaram o cargo, mais de 200 mil casos confirmados de Covid-19, um governo que conseguiu politizar um vírus e ainda não vemos uma luz no fim do túnel. E o que o presidente diz? “E daí? Lamento. Quer que eu faça o quê? Eu sou Messias, mas não faço milagre”.

A maior calamidade sanitária do século, agora, está disputando uma quebra de braço com a crise política brasileira e parece que está perdendo. Poderíamos ter flexibilizado as medidas de isolamento no começo de maio, mas a falta de uma liderança unificadora fez que governadores estaduais agissem por conta própria para conter o contágio, enquanto Bolsonaro vir ameaças imaginárias por toda a sua volta, quer recomeçar uma economia às custas de seus cidadãos e faz birra quando as coisas não acontecem como ele queria. Isso não tem nada a ver com política, mas é uma disputa entre bom senso e o genocídio.

Governos como da Nova Zelândia e Coréia do Sul conseguiram bons resultados por serem coerentes com suas medidas de isolamento social. Sei que o Brasil e países como a Alemanha são diferentes, mas o coronavirus é o mesmo vírus em qualquer lugar. Para contê-lo, valem as mesmas medidas, já que ainda não há nenhuma forma de medicamento eficaz contra ou uma vacina para deter a contaminação em massa. Mas parece que Bolsonaro não entende isso ou não quer entender, porque isso sugeriria que ele estaria errado. E ele odeia isso.

O cargo de presidente deveria ser exercido por alguém que pudesse unir a nação em tempos de crise, não dividi-la. Deveria ser exercido por alguém que apresentasse compaixão às famílias das vítimas, não dar de ombros às mortes de milhares como se não fosse nada. “E daí” está marcado na lápide de mais de 14 mil túmulos nesse país e, enquanto Bolsonaro não se responsabilizar por essa crise, o número só irá aumentar no pior dos cenários.

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Por Guilherme Schanner – Fala! Mack

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