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Opinião: Influência da atitude de Trump na credibilidade da democracia dos EUA

Baseado no livro do renomado linguista norte-americano Noam Chowsky, o documentário O Fim do Sonho Americano revela os problemas socioeconômicos encrostados na nação mais rica do mundo: os Estados Unidos da América. O filme despeja sobre a tela como uma pequena oligarquia, através de seu poderio, consegue manipular o sonho democrático no país, reduzindo-o a uma mera emenda expressa em sua antiga Constituição. Desta pequena Oligarquia, um messias surge e comanda o Estado Americano por um mandato que se estendeu durante 4 anos, e que não conseguiu se reeleger por diminuir a credibilidade desta mesma nação: Donald John Trump.

Trump
Entenda a influência da atitude de Trump na credibilidade da democracia dos EUA. | Foto: Reprodução.

Trump e sua influência na credibilidade da democracia

Sob seu lema mor durante suas campanhas para a presidência dos Estados Unidos, “America First”, Donald Trump conseguiu conquistar milhares de simpatizantes, formando um curral eleitoral doutrinado por suas ideologias distantes de uma soberania popular. Um de seus milhares de alvos políticos foram os imigrantes, aos quais despejou ataques constantes, como “Tem gente que entra no país […] Não são pessoas, são animais.”, durante reunião na Casa Branca no dia 16 de maio do ano passado. Tal atitude por si só já revela uma grande contradição na nação que nasceu sob o berço da democracia, mediante uma Constituição Iluminista que pregava acima de tudo a igualdade entre os homens.

Outro fator que corroborou para a redução da credibilidade norte-americana foram seus ódios antidemocráticos propagados por meio das redes sociais, principalmente no Twitter. Segundo um apontamento denominado “The Complete List of Trump’s tweet insults”, feito pelo New York Times, dentre os mais de seus 11.000 tweets coletados entre junho de 2015 até janeiro de 2021, mais da metade eram insultos que difamavam todos aqueles que eram contrários a qualquer posicionamento de Trump. Alvos como protestantes (“thugs”), a mídia (“Distorting Democracy in our country”) e movimentos político-ideológicos contrários ao vigente como a Antifa, um movimento de esquerda acusado sob nenhuma prova de “A terrorist Organization”, foram alguns dentre vários.

Como se nada disso bastasse, Donald Trump não poderia ter finalizado seu mandato de maneira menos agressiva, no qual ao não conseguir se reeleger e indignado com a situação, declarou vitória e incentivou no episódio mais antidemocrático de toda sua carreira política: a invasão ao Capitólio no dia 7 de janeiro. Uma correspondente da BBC News Brasil pergunta a um manifestante o motivo dos apoiadores estarem ali e ele responde: “Esse homem (Biden) […] vai remover a liberdade que ganhamos”.

Para Steven Levitsky, co-autor do livro Como as Democracias Morrem, em entrevista para a BBC Mundo, esse ato “É uma variante do que na América Latina chamaríamos de auto golpe […] é um presidente mobilizando seguidores para permanecer no poder ilegalmente”. O que se espera com a vitória de Biden daqui em diante é uma tentativa de curar a ferida aberta que o governo anterior intensificou.

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Por Letícia Souza Iervolino – Fala! Cásper

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