Com o cenário de calamidade nos sistemas de saúde brasileiro e os casos de mortes por Covid-19, a permanência do calendário da prova mais esperada pelos vestibulandos, o Exame Nacional do Ensino Médio (Enem), traz preocupação aos profissionais da educação e aos alunos, principalmente os quais não têm condições financeiras e recursos suficientes para o estudo.
A revolta nas redes sociais depois do vídeo pelo Inep com a participação de estudantes, afirmando a posição do Ministério da Educação, está na desigualdade que muitos estudantes enfrentam, como na falta de materiais e o difícil acesso à internet, os quais impossibilitam esses estudantes na participação do atual molde de aprendizagem durante a quarentena que é o ensino à distância (EAD).
Sendo assim, ainda com essa visível disparidade, o cenário composto de uma pandemia global e com a rapidez de contaminação que a doença contém, deveriam ser motivos suficientes para o adiamento da prova, proporcionando aos estudantes uma visão mais segura e responsável para os seus futuros.
Mas a insistência do ministro Abraham Weintraub trouxe novidades, nesta quarta-feira(6), ao apresentar uma nova modalidade da prova, o Enem Seriado. Esse traz a possibilidade dos alunos realizarem provas nas três etapas do ensino médio das quais formarão uma nota, que poderá ser utilizada na entrada do ensino superior.
O Ministério da Educação ainda afirma:
O Enem Seriado é apenas mais uma porta de entrada ao ensino superior. O Enem tradicional continuará a ser aplicado normalmente, nas versões impressa e digital.
Ademais, as mudanças das modalidades das provas traz um cunho positivo para a educação brasileira, porém, a preocupação está na eficácia da aplicação desses modelos dos quais requer uma atenção mais incisiva, principalmente no Enem digital, pois o exemplo do Sistema de Seleção Unificada (Sisu) no início desse ano demonstrou o agravamento de erros, tanto no sistema quanto nas notas das provas.
Diante disso, o panorama da educação em meio ao novo coronavírus ainda revela um momento de pura apreensão a todos que se dedicam ao Enem. A doença preocupa os estudantes, as contaminações e óbitos aumentam a cada instante, mas a ignorância continua sendo a raiz do problema.
_____________________________________
Por Amanda Marques – Fala! UFPE