Star Wars, o que falar dessa saga que já não foi dito antes? Discutivelmente a maior e mais importante franquia de ficção científica da história, Guerra nas Estrelas está passando por um momento, no mínimo, diferente. Para entender melhor o que se passa e o que está por vir na nova série do Disney+ e muito mais, passarei pelos principais acontecimentos que envolveram a saga nos últimos anos, com o mínimo de spoilers possível.
Relembre os rumos tomados pela saga Star Wars e qual futuro à aguarda
Após a compra da Lucasfilm pela Disney, a saga começou a tomar novos rumos. Primeiro com a tão esperada nova trilogia, aguardada pelos fãs, que prometia fechar de uma vez por todas a série principal de filmes e a saga Skywalker, que acompanhamos desde 1977.
Além disso, vários filmes spin-off foram anunciados, como Rogue One e Han Solo, o que garantia uma média de quase 1 filme de Star Wars por ano. E estes prometiam abordar questões inéditas, e revelar ainda mais segredos do vasto e rico universo da saga. Entretanto, mesmo com a empolgação dos fãs, nem tudo saiu como planejado.
A terceira trilogia começou muito bem com O Despertar da Força (2015), um filme seguro, sem muitas inovações na antiga fórmula de George Lucas. Porém, com uma ótima introdução aos novos personagens e novas ameaças. O Império caiu, mas o Lado Negro da Força ressurgia na forma da Primeira Ordem, comandado pelo Líder Snoke e Kylo Ren, filho de Han Solo e Leia Organa, com um trio de heróis, espelhando a primeira trilogia, do outro lado: Rey, a protagonista, uma simples catadora de lixo num planeta desértico, que possuía uma conexão muito forte com a Força, Finn, um stormtrooper que se rebelou, e Paul Dameron, o melhor piloto do esquadrão da resistência (nova aliança rebelde).
O filme foi um sucesso de bilheteria e crítica, e encheu de esperança o coração dos fãs de Star Wars, ainda mais com Rogue One (2016), uma história paralela que foi excelente e se tornou um dos filmes mais aclamados e diferentes sobre a galáxia muito, muito distante. O grande problema é que ficou só na esperança mesmo.
Em 2017, chegou às telonas a tão aguardada sequência, Os Últimos Jedi, dessa vez, com uma mudança de comando. J.J. Abrams não continuaria no cargo de diretor, essa tarefa caiu no colo de Rian Johnson, o mesmo diretor de Rogue One. Como seu último longa havia sido um sucesso absoluto, ele contava com o respaldo tanto dos fãs como da Disney para fazer mais um grande filme, dessa vez contando uma nova história da principal linha do tempo da saga. Contudo, o Episódio 8 acabou por se tornar um dos maiores divisores de águas entre os fãs.
O filme tomou algumas decisões de roteiro bastante arriscadas, diferente de seu antecessor, que seguiu a fórmula à risca e apostou na segurança, no que sabia que os fãs gostariam de ver. Nesse momento que, na minha opinião, as coisas começaram a ficar estranhas, e o futuro nebuloso.
Ainda mais, porque o próximo filme a ser lançado foi Han Solo (2018), que carregava a imensa responsabilidade de representar um dos maiores e mais queridos personagens da trilogia original, extremamente identificado com seu intérprete Harrison Ford. O resultado não foi dos melhores. Foi sem dúvida um dos filmes mais esquecíveis de toda a série, sem muita substância que o justificasse, e contava uma história que absolutamente ninguém pediu, sobre personagens que já eram perfeitos e estabelecidos na franquia.
Para fechar com chave de ouro (ou não), o próximo grande lançamento seria o Episódio 9: Ascenção Skywalker, que chegou às telonas em dezembro de 2019. O hype para esse filme era simplesmente gigantesco. Depois do Episódio 8 deixar muitas pontas soltas e apostar em muitas novidades, os fãs gostando ou não, o novo longa prometia fechar o arco de Rey e Kylo Ren de maneira épica, contando ainda com a volta do principal vilão dos filmes de George Lucas, o Imperador Palpatine, não tinha como ser ruim, certo? Vamos falar a verdade, sempre tem como.
Lembrando que essa é minha opinião, porém a grande maioria das pessoas que assistiram ao filme, entre fãs e analistas, principalmente aqueles que depositaram muita expectativa, se decepcionaram feio. A história foi, resumidamente, um grande catado confuso dos acontecimentos dos filmes anteriores, sem saber direito que direção seguir. Com JJ Abrams de volta como diretor, a impressão que fica é que o desejo dele era ignorar o máximo possível os acontecimentos de Os Últimos Jedi, e fazer a conclusão do jeito dele. Ou seja, resultou num final previsível, constrangedor e mal planejado, dando a impressão, só de assistir o filme, que havia conflitos internos sobre o rumo que o filme teria, se seguiria os passos do episódio 7 ou 8.
Enfim, algo que era extremamente promissor, conseguiu ser arruinado com sua conclusão, devido principalmente à falta de planejamento da Disney, e um roteiro que fedia a pressão de executivos, que nada entendem sobre a paixão das pessoas por esses filmes. Entretanto, silenciosamente, surgia uma luz no fim do túnel.
Ainda em 2019, mais precisamente em novembro, o Disney+ foi lançado nos EUA, junto de uma série a princípio despretensiosa de Star Wars, chamada The Mandalorian. O serviço de streaming só chegou ao Brasil após 1 ano de seu lançamento, portanto, demorou a vingar por aqui. Mas quando as aventuras de Din Djarin, o mandaloriano, letal e temido caçador de recompensas da galáxia, puderam ser vistas mundialmente, a confiança e paixão pela saga voltaram com força.
Claro que, desta vez, de um jeito diferente, Star Wars nunca teve uma série em live-action como essa antes, apenas séries animadas como Clone Wars e Star Wars Rebels, além da nova série The Bad Batch. Mas The Mandalorian foi um sucesso absoluto. Nas suas duas temporadas, acompanhamos esse solitário atirador explorando os confins da galáxia em busca de recompensas, no período após a queda do Império, no episódio 6. Junto dele, há uma criança, da mesma espécie de Mestre Yoda, com a qual desenvolve laços, e, de forma surpreendente, aprendemos, junto do mandaloriano, fatos nunca antes comentados sobre essa espécie, sobre os Jedi, sobre as tribos mandalorianas, e muito mais do que abrange o rico universo criado por George Lucas, verdadeiramente o que Star Wars pode oferecer de melhor, está na série. Escrita e dirigida por Jon Favreau, ela renovou, e muito, a paixão do público pela franquia, dando origem a futuras produções, das quais falarei agora.
Mando, como é apelidado na série, acaba em um determinado momento no familiar planeta Tatooine. Nele, finalmente chegamos ao ponto central de discussão: Bobba Fett. Irreconhecível, no anonimato naquele planeta desértico, apenas esperando uma oportunidade de recuperar a sua clássica armadura mandaloriana, antes pertencente ao seu pai, Jango Fett, o homem cujo dna foi usado na criação dos primeiros Clones. No fim, juntando-se à Mando e Baby Yoda, ele consegue seu objetivo, assume o posto de chefão do crime em Tatooine, à lá Jabba the Hutt, e começa a escrever, sua própria e merecida história, o livro de Bobba Fett.
A expectativa para o lançamento neste final de ano, no momento, é a melhor possível, visto que a Disney parece ter encontrado um bom caminho para Star Wars nas séries em streaming. Contudo, falando como fã da saga, devemos ser cautelosos, não pesar tanto nas expectativas, e torcer para que Bobba Fett, a exemplo do que houve com Han Solo e a trilogia principal, tenha muito mais alma e carinho colocados na produção, bem como Rogue One e The Mandalorian tiveram, se tornando uma obra que, de fato, consiga extrair o melhor de Star Wars, afinal, quando isso acontece, é digno de aplausos.
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Por Gustavo Oreb Martins – Fala! Cásper