Hiper é um prefixo que expressa a ideia de algo excessivo, exagerado e exorbitante, elementos esses, que são traços de inúmeros novos gêneros musicais da atualidade. Sons barulhentos, estourados e metálicos são algumas das características das músicas denominadas hyper. Também conhecido como PC Music ou Electropop, o gênero Hyperpop apresenta um aspecto computadorizado da música pop, sem medo de mergulhar no artificial.
O Hyperpop foi popularizado na internet, e veio como uma mistura do que já tinham experimentado da eletrônica com a música popular, só que dessa vez o resultado final tinha um gosto diferente.
Os Precursores do Hyperpop
O DJ A. G.Cook é considerado o criador do mundo robótico do Hyperpop. Em seu Soundclound, em meados de 2013, criou o que seria o ponto de partida para a difusão das técnicas experimentais que muitos não tinham coragem, usando remixes de músicas cibernéticas com uma produção além do seu tempo.
Além dele, a artista Sophie, deixou o seu legado ao produzir o que seria um dos principais exemplos da consolidação do gênero. Ela manuseou seus elementos excêntricos com músicas que parecem ser feitas de plástico, e foi a primeira artista transexual indicada ao Grammy, na categoria de melhor disco eletrônico com seu álbum Oil of Every Pearl’s Un-Insides.
Sophie produziu para muitos artistas de peso, como Charli XCX. A britânica ficou conhecida em 2014 ao lançar o seu single Boom Clap. Nessa época, Charli possuía um estilo padronizado de música pop feita sob medida por gravadoras, e só foi se destacar na cena do PC music ao produzir o EP Vroom Vroom com a DJ escocesa. O trabalho da dupla, mesmo com apenas quatro músicas, levou o gênero para a superfície musical, pois ainda era desconhecido por boa parte da população.
Anos depois, a cantora lançaria o aclamado Pop 2, um álbum com 10 músicas elétricas, grudentas e com feats totalmente da cena alternativa internacional. O site musical Pitchfork descreve o álbum como um antídoto para a monotonia esmagadora das músicas pop lançadas em 2017.
A partir disso, ficou mais acessível para novos artistas se jogarem no mundo singular do Hyperpop. A dupla americana 100 gecs, conquistou o gosto do público com seu álbum de estreia em 2019, produzindo sons caóticos e remixes prazerosamente bagunçados. Já a cantora e compositora Slayyter, com uma mistura de erotismo e pop eletrônico, criou músicas sensuais e frenéticas.
Esse estilo musical é novo, e sua ascensão aumenta conforme a música se adequa com o mundo digital em que vivemos. O gênero promove algo que muitos não têm coragem de usar, e que para muitos, é considerado uma falsificação da música, mas é justamente essa artificialidade que torna tudo tão atraente. O Hyperpop não tem uma regra clara, mas se tivesse seria: é obrigado experimentar.
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Por Yane Queiroz – Fala! São Judas
