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O legado de Jordan sob o ponto de vista de ‘The Last Dance’

Quando o assunto é basquete, poucos times conseguiram atingir tamanha hegemonia em tão pouco tempo como o Chicago Bulls nos anos 90. O documentário The Last Dance, também conhecido como Arremesso Final, exibido na Netflix em parceria com os canais ESPN, expõe a trajetória da equipe liderada por Michael Jordan, mostrando os diversos percalços que o craque e seus companheiros transpuseram até conquistar seis títulos da NBA.  

Michael Jordan
Michael exausto após conquistar seu primeiro título nacional em 1991. | Foto: Reprodução.

A série em si

Com seu último episódio lançado nesta segunda feira (18), a série sobre, talvez, o maior time de basquete de todos os tempos é dividida em 10 partes. Com demasiada utilização de uma linha temporal, a franquia de Chicago é retratada desde a construção de seu elenco que, até então, não possuía nenhum campeonato e, tampouco, um impacto na liga americana.

Foi a partir de 1984 que as coisas começaram a mudar para o time da Conferência Leste. Após ser escolhido na terceira rodada do draft, o promissor Michael Jordan chegava sob olhar otimista da direção do time. Mesmo assumindo rapidamente o protagonismo da equipe nos primeiro anos, seus companheiros não estavam à sua altura.

É nesse momento que um dos personagens mais controversos dessa história aparece. O gerente geral Jerry Krause foi cirúrgico ao negociar com jogadores como Scottie Pippen, típico atleta que exacerbava agudeza mental dentro da quadra, ademais, seu vasto talento e sua ótima parceria com Jordan, além da futura contratação de Dennis Rodman, jogador elétrico, com ótima presença defensiva. Era o dono do rebote. Para agregar ainda mais, o excelente técnico Phil Jackson assumiu o comando nas conquistas de 1991, 1992, 1993, 1996, 1997 e 1998. 

chicago bulls
À esquerda Dennis, seguido por Scottie, Phil e Michael após o quarto título. | Foto: Reprodução.

No entanto, Krause não estava satisfeito em ter montado uma máquina de vencer, visto que os créditos não eram direcionados a ele. Mesmo com o time vencendo, causava variados conflitos internos e chegou a alegar que “organizações que ganham taças, não os jogadores”. O sexto título poderia não ter sido o último da franquia se, antes mesmo da temporada de 1998 começar, ele não dissesse que seria a última temporada antes de uma reformulação no elenco.

O fenômeno Michael Jordan e o legado que ele deixou para o esporte

Em qualquer ramo da vida, sempre existirá alguém que se destacará. No esporte, isso não é diferente. Após assistir ao documentário, percebe-se que Michael Jordan transcendeu o basquete. Toda sua dedicação, seu esforço e sua mentalidade obcecada e inata pela vitória fazem com que ele seja o maior deste ramo. É simples, Jordan e glória são palavras inerentes. São incontáveis as vezes em que ele decide jogos e protagoniza lances simplesmente extraordinários.

Jordan já chegou a saltar 116,8 cm na vertical
Jordan já chegou a saltar 116,8 cm na vertical; uma das melhores marcas da liga. | Foto: Reprodução.

Não importava se o prêmio da partida era humilhar algum adversário que havia lhe provocado ou um troféu que lhe consagraria campeão. O gênio era indócil à derrota. Não dava a mínima para o quanto aquilo lhe custaria, ele iria jogar bem para o público que lhe fosse assistir, para os seus companheiros, para a sua família e para o bem do esporte. Em quaisquer circunstâncias e hipóteses criadas, ele jogava para vencer.

O fato de ser uma pessoa tão competitiva lhe trouxe problemas com seus companheiros, visto que a exigência por parte de MJ era grande. Contudo, ele mesmo disse que “vencer tem um preço. A liderança tem seu preço”, e se ele precisasse se indispor com seus colegas de time para motivá-los e instigá-los a melhorar cada vez mais, ele faria tudo de novo.

Concordando ou não com seu comportamento, suas atitudes foram essenciais em suas respectivas conquistas. Não por acaso, ele conquistou seis vezes o campeonato nacional, sendo eleito cinco vezes o jogador mais valioso da temporada regular (MVP) e seis vezes o mais valioso das finais, além de marcar mais de 30 mil pontos ao decorrer de sua carreira.

A forma como ele contornou diversas situações como o assassinato de seu pai, a pressão causada pela mídia e as acusações de ser viciado em apostas só mostram o tamanho da sua grandeza e de seu legado no esporte. Por mais que as pessoas te enalteçam para te destroçar depois, é necessário seguir em frente assim como Michael Jordan e o Chicago Bulls seguiram.

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Por Matheus Ribeiro de Souza e Silva – Fala! Cásper

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