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O estereótipo brasileiro: entenda os estigmas que acompanham o país

O estereótipo brasileiro: o que se diz do Brasil contemporâneo muito ainda se vem dos primórdios, de onde o Brasil foi notado e afirmado no seu lugar de nação para com o mundo. Até receber a copa de 1950, o maior país da América do Sul ainda era apenas conhecido por café e borracha, mas sua história até os dias atuais ainda tem poucas nuances, ainda se limita com pouca relevância e voz ao restante dos povos.

Sua imagem ainda se mantém consolidada e amarrada em seus clichês, como se todos seus destaques dentro e fora ainda ficassem atrás de sombras antigas e enraizadas. Ao que se diz do país, vivemos numa selva violenta e regada de festas obscenas.

Estereótipo brasileiro
Diversos estigmas constroem o ‘estereótipo brasileiro’. | Foto: Reprodução

O problema do estereótipo brasileiro 

Em 2022 tivemos a primeira cantora latina no 1° lugar das paradas do Spotify, uma brasileira, mas ainda ficamos atrás de notícias sobre a violência do Rio de Janeiro, comunidades e tiroteio. Nossa música continua sendo diminuída e associada a estigmas sexuais, o funk ainda é o ritmo poluído, brasileiro marginal e inferior, mesmo que seja um pilar cultural e representativo do país.

Um movimento político e cultural, não só dos jovens das comunidades, das mazelas do Rio, mas para todo o povo que consegue se sentir representado. Movimentando a capitalização e a comercialização do Brasil, o funk ainda enfrenta a resistência do chamado “americanizado”, brasileiro que se sente de fora do país e que acredita que outras nações são melhores culturalmente, como Europa e Estados Unidos e obviamente dos próprios estrangeiros.

Bilhões de visualizações e números ainda não são capazes de quebrar todas as barreiras, mas devagar o mundo da música se abre para o funk, não apenas, mas que alavanca todos os ritmos brasileiros, abastecido da própria resistência para com o ritmo, já que as letras em grande parte dizem sobre todos os paradigmas enfrentados pela nação, no que se diz também dos pobres e negros que dão voz à grandes pioneiros do ritmo.

Traz consigo também o seu nome resumido para o futebol, em maioria esmagadora pelo futebol masculino, levando em conta toda a opressão machista do esporte, não só brasileiro, mas mundial. Depois de copas e seu nome inegável para o mundo, Brasil se beneficiou do futebol, seu atrativo e arrecadação movimenta uma economia, mas que ainda se mantém misógina. Além de todo o estigma do Brasil Futebol, Festa e Violência lá fora, ainda internamente persiste-se em preconceitos, ainda se levanta o que rende mais monetariamente, as mulheres precisam encarar mais barreiras para conseguir encarar as barreiras internacionais.

A fauna e flora é incontestavelmente rica, a biodiversidade é vasta e se espalha pelo quinto maior país do mundo territorialmente, entretanto um nome ainda descreve o país em grandes manchetes mundiais: “Favela”. Ao que se entrelaça com a violência, as comunidades formam grandes complexos de casas em grande parte clandestinas, o que é uma das grandes incoerências com o tamanho do território brasileiro.

Seu peso ainda esmaga as mazelas e má administração política da renda brasileira, seu nome carrega sempre consigo a violência, mas não que não seja verdade, mas será que a violência é sempre uma violência gratuita que não tem um embasamento político, etnicocultural e educacional? Ainda se toma manchetes de quão o país assume-se escancaradamente violento, com ele mesmo e seus visitantes, mas nada que foque na infame democracia que nutre em majoritária parte, homens brancos e ricos, ao que se diz violência, não se exclama violência da pseudodemocracia velada que se camufla atrás de balas.

Desastres socioeconômicos e ambientais ainda seguem sendo assuntos desfocados e distantes da realidade brasileira e mundial do Brasil, tendo em vista que nos contentamos e não mudar nossa própria visão de nação e nos deixamos sermos vistos apenas pela Festa, pelo Futebol e pela Violência, mas ainda que perguntas internas de como mudar a democracia, como preservar nossas riquezas naturais e distribuir a renda para instrumentos cruciais de mudança, seguem ecoando em sonhos de direitos iguais e democracia. Segue-se sabendo que a educação muda o mundo, mas ainda segue sendo preciso mudar e atribuir esses conceitos básicos de humanidade para com o ensino educacional brasileiro, para que possamos mudar as manchetes de uma nação ainda marginalizada e presa em estereótipos.

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Por André Juan Ribeiro – Fala! Universidade de Franca 

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