Um livro é considerado clássico por sua capacidade de continuar atual, mesmo após anos de sua publicação original. Os livros clássicos ultrapassam gerações e mantêm vivas discussões ainda muito relevantes para os dias de hoje, mesmo que escritos há muito tempo.
É incontestável a grande influência e popularidade que a literatura norte-americana tem ao redor do mundo. Historicamente, durante o século 18, seu conteúdo recebia grande influência do estilo europeu, principalmente dos romances góticos da época.
Já no século 19, passa a receber também influências de outras culturas e, com essas bases formadas, foram criados também estilos próprios, consolidados a partir do século 20. E até hoje, tanto as obras estadunidenses contemporâneas quanto as clássicas estão entre as listas de mais lidos em diversos países.
Aqui, vamos conhecer (ou relembrar) 5 clássicos da literatura estadunidense com temas ainda atuais e que continuam despertando interesse dos leitores.
Livros da literatura estadunidense
1. Mulherzinhas, de Louisa May Alcott
Publicado em 1868, Little Woman, ou Mulherzinhas, é narrado durante a Guerra de Civil Americana e narra a história da família March. Com o pai na guerra e a vida bastante humilde, as irmãs Meg, Jo, Beth e Amy precisam lidar com conflitos, amores, medos, perdas e aprendizados enquanto fazem a transição entre a infância e a vida adulta. Apesar de muito diferentes, as meninas buscam conforto e esperança umas nas outras e nas pessoas próximas, principalmente na mãe, sempre disposta a aconselhá-las.
Juntas, a ajuizada e educada Meg, a independente aspirante à escritora Jo, a tímida e gentil pianista Beth e a pequena pintora Amy protagonizam uma história que discute o papel da mulher na sociedade, com pequenos lampejos feministas, e a importância da união familiar nas adversidades da vida.
A obra também conta com várias adaptações. A mais recente foi para o cinema com o título Adoráveis Mulheres. Lançado no Brasil em 2020 e dirigido por Greta Gerwig, o longa conta com Emma Watson no papel de Meg e Saoirse Ronan como Jo March.
2. O Sol é para Todos, de Harper Lee
Baseado na infância da autora, To Kill a Mockingbird, traduzido como O Sol é para Todos, é narrado na visão de Jean Louise, de seis anos, filha de um advogado que assume a defesa de um homem negro acusado de estuprar uma mulher branca. Ambientado no sul dos Estados Unidos durante a década de 1930, a obra aborda temas como o enfrentamento de uma sociedade racista e traz importantes reflexões sobre preconceito e sobre a aceitação das diferenças.
A obra foi vencedora do Prêmio Pulitzer nos Estados Unidos em 1961, além de dar origem a uma adaptação em 1962, vencedora do Oscar como melhor roteiro. Ainda, após 55 anos da publicação original, em 1960, a autora surpreendeu ao anunciar uma continuação, Go Set a Watchman, ou Vá, coloque um vigia, lançado em 2015 e responsável por vender mais de 1 milhão de cópias nas primeiras semanas.
3. A Letra Escarlate, de Nathaniel Hawthorne
The Scarlet Letter conta a história de Hester Prynne, uma jovem recém-casada que se muda para a Nova Inglaterra com a promessa de que seu marido a encontraria em breve, já que iria ficar na cidade natal a negócios. Após um ano sem notícias, a protagonista acaba se envolvendo com outro homem e engravidando dele.
Na Salem do século 17, colonizada por puritanos ingleses altamente religiosos, Hester é acusada de cometer adultério. Como castigo, ela é presa, julgada e obrigada a sempre usar a letra A escarlate bordada em suas vestimentas como marca do pecado que cometeu.
Publicado em 1850, A Letra Escarlate aborda temas como a hipocrisia de quem aponta o dedo e esconde seus próprios atos, o julgamento da mulher em uma sociedade conservadora e patriarcal, assim como a força e resiliência feminina.
4. Fahrenheit 451, de Ray Bradbury
Fahrenheit 451 apresenta os Estados Unidos em um cenário futurístico onde a literatura é proibida e qualquer pessoa que possua livros é considerada criminosa. Guy Montag é bombeiro e seu trabalho é colocar fogo em livros, tudo para manter a ordem da sociedade.
Guy segue vive sua vida e exerce sua profissão sem questionar nada, até que uma série de acontecimentos começam a mudá-lo profundamente: o colapso mental de sua esposa; o encontro com a vizinha Clarisse, que faz muitos questionamentos e tem ideias diferentes sobre a vida; e um chamado do trabalho, em que ele deve queimar uma biblioteca clandestina, mas cuja dona se recusa a sair do local.
Lançado em 1953, a obra faz importantes críticas à sociedade de consumo e à vida em frente a telas, fazendo reflexões acerca do poder que os livros podem ter em uma sociedade.
5. A Redoma de Vidro, de Sylvia Plath
The Bell Jar conta a história de Esther Greenwood, uma jovem estudante que sai do subúrbio de Boston para estagiar em uma revista feminina em Nova York. No auge do glamour dos anos 50, Esther parecia estar no auge de sua profissão e vida social. Mas, mesmo com a vida considerada dos sonhos, ela se sente infeliz e começa a questionar o sentido de tudo o que estava vivendo. A situação acaba se agravando devido a uma condição mental e, sem perspectivas de vida e de futuro, ela é internada em uma clínica psiquiátrica sofrendo de uma grave depressão.
Lançado originalmente em 1963, A Redoma de Vidro trata da incompreensão das doenças mentais e a triste realidade de quem convive com elas, propondo reflexões sobre as condições em que podem aparecer, independente de classe social, estilo de vida, idade ou qualquer outra variável, todos estão suscetíveis a desenvolvê-las.
Por conta da densidade do tema, o livro pode não ser recomendado para todas as pessoas.
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Por Monyque Marinseck – Fala! Anhembi