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Literatura e Cinema: 44 anos de ‘Entrevista com o Vampiro’

Publicado em 1976, no dia 12 de abril nos Estados Unidos, e 5 de maio no Brasil, traduzido por Clarice Lispector, o romance Entrevista com o Vampiro completou quarenta e quatro anos, e acaba de ganhar uma nova versão em capa dura, pela editora Rocco.

Este foi a primeira obra da escritora Anne Rice, iniciando o conjunto Crônicas Vampirescas, entre os contos de fantasia que ela escreve até hoje, já possuindo mais de quarenta livros.

romance entrevista com o vampiro
Livro Entrevista com o Vampiro. | Foto: Reprodução/Twitter.

A trama se dá aos acontecimentos de Louis De Pointe Du Lac, um homem jovem de aparência, que decidiu contar sua história para o repórter Daniel Malloy, declarando ser um vampiro. Na conversa, Louis relata que foi transformado por um outro, chamado de Lestat De Lioncourt, e que viviam juntos de Cláudia, uma criança qual haviam tornado vampira também.

Tinham um ao outro e não necessitavam de dinheiro, mas Cláudia e Lestat eram seus antagonistas que não partilhavam do mesmo sofrimento, pois acreditava ser uma criatura desgraçada que sobrevive enquanto tira a vida de outros, e desejava conhecer mais essa natureza. 

Vale dizer que Anne Rice escreveu Entrevista com o Vampiro após a morte de sua filha, expressando os próprios sentimentos nas personagens, sobre tudo, Cláudia e Louis. E, além de gerar toda uma sequência com outros personagens e suas próprias historias, visto Lestat e Armand (que aparece no final do conto), o ponto de vista de Claudia gerou um spin-off dos relatos de Louis, titulado de Entrevista com o Vampiro – A Historia de Cláudia, uma graphic novel desenhada e adaptada por Ashley Marie Witter, publicada em 2012, pela editora Rocco também.

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Graphic novel de Entrevista com o Vampiro. | Foto: Poesia na Alma.

Em 1994, Entrevista com o Vampiro virou filme. Com direção de Neil Jordan, e roteiro adaptado pela própria Anne Rice, seu elenco principal era formado por: Antonio Banderas, interpretando o vampiro Armand; Brad Pitt, protagonizando Louis; Christian Slater, como o repórter Daniel Malloy; Kirsten Dunst, a jovem Cláudia; e Tom Cruise, interpretando Lestat.

Vale dizer que toda a equipe teve seu trabalho aprovado em festivais, ganhando importantes prêmios, com destaque especial para Kirsten Dunst, ainda criança, e para a Direção de Arte inspirada no movimento artístico Vanitas, voltado às belezas simbólicas da natureza morta.

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Cena do filme Entrevista com o Vampiro, com os personagens Cláudia, Louis e Lestat. | Foto: Monster Brain.

No ano de 2002 outra produção cinematográfica foi lançada, A Rainha dos Condenados, dirigido por Michael Rymer, inspirado em livro homônimo das Crônicas Vampirescas de Anne Rice.

Diferente de Entrevista com o Vampiro, a escritora não participou da produção deste bem como todo o elenco reformulado, e de maneira geral o filme apresenta-se bem diferente do antecessor: Lestat (interpretado por Stuart Towsend) desperta de seu exílio para cantar em uma banda de rock e revelar aos humanos que é um vampiro. Nisso, desperta também Akasha (interpretada por Aaliyah), a vampira primordial mais forte e mãe de todos, desejando que os vampiros refutassem violentamente dos humanos conforme Lestat havia os expostos, cabendo a ele se juntar a ela ou contestar. 

Sua trilha sonora merece destaque, bem como o figurino retratando a moda gótica daquela época. Porém, o desempenho de A Rainha dos Condenados não atingiu as mesmas expectativas e credibilidades que Entrevista com o Vampiro, talvez por se apresentar numa imagem mais corriqueira.

filme A Rainha dos Condenados
Cena do filme A Rainha dos Condenados, com os personagens Lestat e Akasha. | Foto: Reprodução.

Entrevista com o Vampiro tem uma escrita de fácil entendimento, capaz de aproximar o leitor da criatura, suscitando o imaginário com leveza e sedução frente os relatos de seus horrores e prazeres.

Atualmente, muito se discute as questões levantadas que o consagraram, como: a escrita romântica e o gótico para as figuras masculinas e femininas; a personagem da menina Cláudia sendo criada por dois pais; a transição histórica de textos modernos e pós-modernos; e o duplo de seres belos e perversos em apropriação discursiva para a personagem de Louis, presente na moral das personagens modernas, visto Dr.Jekyll e Sr. Hyde – de Robert Louis Stevenson, Frankenstein ou o Prometeu Moderno – de Mary Shelley, O Retrato de Dorian Gray – por Oscar Wide, e ainda William Wilson de Edgar Allan.

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Por Miller Ludgerio – Fala! Anhembi

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