O uso excessivo de games é um assunto que está em pauta. Em um recente estudo feito por pesquisadores do Instituto de Psicologia (IP) da Universidade de São Paulo (USP), foi abordada a temática trazendo dados de suma importância para o assunto. De acordo com o estudo publicado na revista National Library of Medicine, foi possível concluir que 28,17% dos jovens brasileiros usam os videogames em excesso. O percentual é relativamente menor quando observamos a média mundial, sendo ela de 19,3%.
No mesmo estudo é informado também que 28% desses jovens se enquadram nos critérios do Transtorno de Jogo pela Internet (TJI), que foi classificado como doença pela Organização Mundial de Saúde (OMS).
A pesquisa também indica que 57% do total de participantes jogam como uma maneira de escapar da realidade que os cercam e o estudo traz ainda o alerta para investigar maneiras de prevenção do abuso dos jogos, antes que se torne um problema maior, mais difícil de contornar.
Qual o perfil dos jovens afetados pelo uso excessivo de games?
Mas até aqui, você deve estar se perguntando: qual o perfil desses jovens? Há um padrão? Quais são as motivações para esse excesso? Bem, com o estudo, foi observado que em sua maioria, esses jovens são do gênero masculino, vítimas de bullying, ou até mesmo praticantes, e usuários de álcool e drogas. Mas é importante lembrar que isso não é uma regra e sim características observadas pelos pesquisadores.
Consequências e soluções para o problema
Esse uso indiscriminado dos jogos não afeta somente esses jovens, mas também as pessoas que convivem com eles, desde a família até os colegas e professores de escola; a relação entre os indivíduos fica cada vez mais difícil, pois a tendência é que o jovem se isole, dando prioridade ao mundo dos games e não se interessando pelas coisas e pessoas em sua volta. O que é altamente nocivo, pois o adolescente não desenvolve suas capacidades de relacionamento, comunicação e interação.
Para contornar o problema, o ideal é que seja incentivado um uso moderado, com período estabelecido, para que não prejudique nenhuma outra área da vida do jovem, principalmente os estudos.
É legal observar também a visão que alguns pais têm sobre os games: não é porque o jogo é em inglês ou tem algum mínimo detalhe de incentivo ao aprendizado, que é benéfico utilizá-lo por horas a fio.
Para ajudar os pais que não conseguem ver muitas alternativas para contornar o problema, pode ser necessário buscar por um profissional de saúde mental para que seja tratado de forma clínica e precisa o caso e ele tenha a devida abordagem individualizada.
Lembrem-se: é importante observar os filhos, ouvi-los e compreendê-los. Será necessário paciência, vontade e empatia durante o processo. Uma dica para ajudar a contornar o vício é incentivar o jovem a ler um livro, conversar e até mesmo brincar pessoalmente com outras pessoas da idade dele e buscar formas de trabalhar o relacionamento com o outro.
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Por Bianca Oliveira Lourenço – Fala! FIAM FAAM