Josep Maria Bartomeu, ex-presidente do FC Barcelona, foi preso nesta segunda-feira (1º de março) em sua casa, pelo escândalo conhecido como “BarçaGate“, caso onde teria havido desvio de dinheiro, associado a um conglomerado de empresas (NS GROUP).
Nessa relação criminosa, o ex-mandatário do time catalão é acusado de comandar um “bombardeamento” de mensagens em redes sociais, as quais atacavam jogadores do clube e seus familiares, a exemplo de Lionel Messi, obtendo dinheiro não declarado. Jaume Masferrer, chefe de gabinete; Òscar Grau, CEO do Barcelona; Román Gomez Ponti, chefe de setor jurídico, também foram presos.
Agentes da Área Central de Delitos Econômicos da Divisão de Investigação Criminal de los Mossos, região local, repetiram o mesmo procedimento que aconteceu em julho de 2020: revista longa, de 7 horas, nas dependências do Camp Nou (sede e estádio do FC Barcelona), além de confiscação de equipamentos pessoais de Bartomeu e Masferrer, como também da I3 Ventures, NSG Social Science y Telampartnetr, instituições pertencentes à NS GROUP. Os investigadores catalães entenderam como superfaturado o investimento das figuras envolvidas pela monitoração das redes.
Escândalo que levou Josep Maria Bartomeu à prisão
O segundo maior jornal espanhol, El Mundo, divulgou, em outubro de 2020, contratos fragmentados que já indicavam a existência de fraude nos incrementos destinados e relacionados à Internet. Òscar Grau, até então CEO do Barça, negociou no conselho diretivo do time, com aval de Bartomeu, setor onde conselheiros aprovam as contas financeiras, um valor de controle cibernético na casa dos 1.107.500 euros; contudo, relatórios mostram que os números passavam 1,4 milhões de euros, sendo ocultado 200.000 euros, sem fundo e destino.
Esse não é o primeiro recorte criminal na história de Josep Maria Bartomeu. O empresário e dirigente catalão já renunciou ao cargo de presidente do Barcelona por duas vezes: em 2014, o então vice-presidente assumiu o executivo pela demissão de Sandro Rosell, sendo condenado no ano seguinte por comandar as irresponsabilidades fiscais na aquisição de Neymar Jr, vindo do Santos, deixando o Barça.
Na época, muito elogiado pelas conquistas em campo, Bartomeu surpreendeu, candidatou-se a outro mandado no fim de 2015, elegendo-se com mais de 50% dos votos. No entanto, sua história voltou a culminar na renúncia em 2020, agora com mais denúncias de corrupção e fracassos no futebol.
O tão relevante time catalão, cinco vezes campeão da UEFA Champions League e vencedor do Campeonato Espanhol em 26 oportunidades, vem passando por um dos mais difíceis momentos nos últimos tempos: eliminações constantes, time pouco competitivo, goleada marcantes (tomou 8 gols do Bayern de Munique em 2020) e está às vésperas de perder o astro Lionel Messi (fim de contrato em 06/21) do clube.
Esse cenário de instabilidade é reflexo da controversa política institucional do clube, que se agravou na pandemia com a queda de arrecadação, com prejuízo de 1 bilhão de euros.
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Por Luiz Henrique Marcolino Cisterna – Fala! Anhembi