Atriz Maria Flor faz vídeo viral solicitando a Rodrigo Maia, presidente da câmara dos deputados, o impeachment de Bolsonaro. Saiba mais
Atriz Maria Flor pede por impeachment de Bolsonaro
A atriz Maria Flor, que já atuou em produções como Malhação, A Grande Família e em 3%, produção original da Netflix, publicou um vídeo viral sobre a atual situação do Brasil. A artista alegou que o presidente Bolsonaro não tem agido com responsabilidade perante a pandemia e, com exaltação, pedia no vídeo para que Rodrigo Maia desse início ao processo de impeachment.
Agora, o Bolsonaro, o homem tá lá há dois anos. Quer que eu te diga o que ele já tentou fazer? (…) Interferência na Polícia Federal, milícia, o filho dele colocou um monte de gente fantasma pra trabalhar no gabinete no Rio de Janeiro, o homem deixou faltar oxigênio em Manaus e as pessoas morreram, o homem fez pouco caso da pandemia.
Disse Maria Flor em vídeo publicado em seu Instagram.
Devido à pandemia do novo coronavírus, uma ala hospitalar inteira de pacientes morreu na cidade de Manaus, após faltar oxigênio no sistema de saúde público ainda na semana passada, por volta do dia 15 de janeiro.
Teve uma pandemia no governo desse homem e esse homem falou assim: ‘Não, pandemia, gente isso aí é só uma gripezinha’. Só essa frase… cadê o impeachment? Rodrigo Maia ainda não sabe se vai impeachmar (sic).
Continuou a atriz.
Na última sexta-feira (15), Rodrigo Maia disse que o impeachment do presidente Bolsonaro precisa ser discutido, mas ressaltou que o próximo presidente da câmara deverá lidar com essa responsabilidade. Em fevereiro, Rodrigo Maia deixará o cargo de presidente da câmara e uma nova eleição será feita entre os deputados, concorrendo à candidatura os parlamentares Arthur Lira (progressistas) e Baleia Rossi (MDB).
Esse tema de forma inevitável será discutido pela casa no futuro. Temos de focar no principal, que agora é salvar o maior número de vidas, mesmo sabendo que há uma desorganização e uma falta de comando por parte do Ministério da Saúde.
Disse Rodrigo Maia.
Como funcionaria o impeachment de Bolsonaro?
Atualmente, existem cerca de 61 pedidos de impeachment para o presidente Bolsonaro na câmara dos deputados. No entanto, para que o pedido de impeachment seja votado, o presidente da câmara precisa instaurar a abertura do processo para ser discutido entre os deputados.
Depois de passar por algumas comissões, com direito à defesa do presidente, o processo vai para o plenário da casa, onde dois terços dos deputados (342 votos) precisam votar a favor da admissibilidade do processo. Caso atinja a quantidade de votos necessários, o presidente será afastado por seis meses do poder e o processo será enviado para o senado, que terá mais seis meses para decidir se o presidente sofrerá impeachment.
Existem motivos para realizar o impeachment de Bolsonaro?
Os pedidos de impeachment de Bolsonaro presentes na câmara dos deputados são justificados pela falta de ação do presidente durante a pandemia e a desinformação passada pelo político, que já disse publicamente acreditar que a pandemia do novo coronavírus não passa de uma “gripezinha”.
Em abril de 2020, o ex-ministro da justiça, Sergio Moro, fez acusações sérias ao presidente Bolsonaro. Ao deixar o gabinete, Moro afirmou que Bolsonaro queria um “contato pessoal” na direção da Polícia Federal. Caso a afirmação seja verdadeira, poderá responder por crime de responsabilidade, conforme diz a constituição federal:
Art. 85. São crimes de responsabilidade os atos do Presidente da República que atentem contra Constituição Federal e, especialmente, contra:
BRASIL. CONSTITUIÇÃO (1988). CONSTITUIÇÃO DA REPÚBLICA FEDERATIVA DO BRASIL. BRASÍLIA, DF: SEÇÃO III DA RESPONSABILIDADE DO PRESIDENTE DA REPÚBLICA (ARTS. 85 E 86)
II- O livre exercício do Poder Legislativo, do Poder Judiciário, do Ministério Público e dos Poderes constitucionais das unidades da Federação;
No entanto, a aprovação do povo exerce um papel importantíssimo durante um impeachment. Quando Dilma foi impichada em 2016, uma pesquisa feita pelo Ibope apontou que cerca de 70% da população reprovava a parlamentar, enquanto apenas 9% dos entrevistados manifestaram aprovação. Os outros 20% alegaram que a presidente era “regular”, enquanto apenas 1% afirmou “não saber”.
Em 2020, um levantamento encomendado pela CNI ouviu 2 mil pessoas em 126 municípios, de 5 a 8 de dezembro, e mostrou que cerca de 35% da população ainda aprova Bolsonaro, enquanto apenas 33% do povo o reprova. Cerca de 30% dos entrevistados afirmaram que Bolsonaro era “regular”, enquanto 2% afirmou “não saber”.