Em uma chegada memorável, Pierre Gasly terminou em 2º lugar com sua Toro Rosso
17 de novembro de 2019. Esta data marca o último Grande Prêmio do Brasil de Fórmula 1, disputado em Interlagos em quase dois anos, e como de costume, a pista da zona sul paulistana entregou uma corrida espetacular. Batida entre Hamilton e Albon; vitória de Verstappen; Sainz largando de 20° e chegando em 3º; batida entre Ferraris, e claro: a espetacular chegada entre Lewis Hamilton e Pierre Gasly valendo a vice-colocação da corrida. Estes foram alguns ingredientes do marcante GP do Brasil de 2019.
Relembre o GP do Brasil de 2019 e a grande virada de Pierre Gasly
Treino Classificatório e o Grid inicial da corrida
Em um ensolarado fim de semana, no Autódromo José Carlos Pace, os pilotos partiram para a classificação em busca da pole position no GP do Brasil de 2019. Anotando a volta mais rápida dos treinos, Max Verstappen garantiu a pole position. Sebastian Vettel e sua Ferrari ficaram com a segunda posição, enquanto Lewis Hamilton fechou o Top 3, largando na 3ª colocação.
O restante do pelotão se classificou da seguinte forma: Charles Leclerc em 4º (perderia 10 posições por ter que trocar componentes do motor); Valtteri Bottas em 5º; Alexander Albon em 6º; Pierre Gasly em 7º; Romain Grosjean em 8º; Kimi Raikkonen em 9º e Kevin Magnussen em 10°.
O restante do Grid foi composto com Lando Norris em 11º; Daniel Ricciardo em 12º; Antonio Giovinazzi em 13º; Nico Hülkenberg em 14º; Sergio Pérez em 15º; Daniil Kvyat em 16º; Lance Stroll em 17º; George Russell em 18º; Robert Kubica em 19º e Carlos Sainz em 20°, após sequer conseguir anotar tempo no Q1.
A sensacional corrida em Interlagos e a redenção de Pierre Gasly
No domingo, as cinco luzes vermelhas se apagaram e os pilotos estavam correndo em Interlagos. Verstappen largou bem e se manteve na primeira posição, enquanto Vettel e Hamilton disputavam o segundo lugar no “S do Senna”. O inglês e sua Mercedes levaram a melhor na disputa e assumiram a segunda colocação.
Na oitava volta, o primeiro “toque” daquele GP do Brasil. Daniel Ricciardo e Kevin Magnussen disputavam a 13ª posição, quando se chocaram e o dinamarquês da Haas acabou saindo da pista. O carro do piloto australiano teve danos em sua asa dianteira, mas ambos retornaram para a corrida. Ricciardo sofreu uma punição de 5 segundos por causa do incidente.
Na 22ª volta, um acontecimento ficou marcado na história. Não se trata de uma ultrapassagem incrível ou um acidente assustador, mas sim, o pit stop mais rápido da história da Fórmula 1. A Red Bull precisou de apenas 1,92 segundos para trocar os quatro pneus de Max Verstappen e recolocá-lo na pista. Com as novas regras de pit stop criadas em 2021, a tendência é que este recorde se mantenha por muito tempo na categoria.
Após 52 voltas, o primeiro abandono da corrida aconteceu com o finlandês Valtteri Bottas. O motor de seu carro quebrou e começou a exalar muita fumaça, obrigando-o a deixar a corrida, em que ocupava uma boa quinta colocação. O Safety Car entrou na pista.
Na relargada, uma arrepiante disputa entre Hamilton e Verstappen pela liderança, que terminou com o holandês levando a melhor e assegurando a primeira posição. Alex Albon e sua Red Bull ultrapassaram Sebastian Vettel, e o jovem tailandês passou para a terceira posição, em busca de seu primeiro pódio na categoria.
Restando apenas cinco voltas para o fim da corrida, os companheiros de equipe Charles Leclerc e Sebastian Vettel disputavam a quarta colocação, quando acabaram se chocando. Ambos tiveram danos severos e tiveram que abandonar uma prova em que marcariam excelentes pontos, pensando no Campeonato de Construtores para a Ferrari. Porém, dois pilotos celebraram a “batida Ferrarista” e viram a chance de conseguirem seus primeiros pódios na Fórmula 1 crescerem: Pierre Gasly e Carlos Sainz.
O francês, recentemente rebaixado para a Toro Rosso, fazia uma grande corrida e naquele momento ocupava a 4ª posição. O espanhol da McLaren, que havia largado na última posição, já havia escalado praticamente todo o pelotão e estava colocado na quinta posição. Mas a chance de pódio de ambos era remota, apenas um milagre a apenas poucas voltas do fim, poderia torná-lo possível.
Na 70ª volta, a apenas uma do fim, Alex Albon iria ultrapassar Hamilton e assumiria o terceiro lugar. Porém, Lewis Hamilton acertou a traseira do tailandês e o fez rodar, sendo ultrapassado por diversos carros, acabando com sua grande corrida. Naquele momento, Pierre Gasly era o segundo, Hamilton o terceiro e Carlos Sainz o quarto.
Entrando na última curva, Pierre Gasly precisava segurar Lewis Hamilton que vinha logo atrás, com um carro muito mais rápido, mas avariado após o choque com Albon. Enquanto isso, Max Verstappen era o primeiro a cruzar a linha de chegada e foi o vencedor daquele Grande Prêmio do Brasil de 2019.
Subindo a reta dos boxes praticamente lado a lado, o piloto francês da Toro Rosso conseguiu manter a pequena vantagem sobre Lewis Hamilton e cruzou a linha de chegada na segunda posição. Uma verdadeira corrida de redenção para o jovem Pierre Gasly, que conseguiu seu primeiro pódio na Fórmula 1 após ser rebaixado da Red Bull para a Toro Rosso naquele mesmo ano.
Lewis Hamilton na terceira posição e fechou o pódio daquele épico GP do Brasil. Muita festa de Verstappen, Gasly e da torcida brasileira, que havia presenciado uma prova de arrepiar na pista de Interlagos. Porém, para Carlos Sainz, a corrida ainda não havia terminado.
Após largar em último, o espanhol terminou a prova na quarta posição e vivia a expectativa de uma possível punição para Lewis Hamilton pelo choque com Alex Albon. Caso ela se confirmasse, Sainz subiria no pódio pela primeira vez na carreira, sendo também o primeiro da McLaren em um bom tempo. Minutos depois do fim da celebração do pódio, a punição de Lewis foi confirmada e Carlos Sainz era o novo terceiro colocado do Grande Prêmio. Para celebrar, ele e sua equipe foram até o pódio e fizeram uma bela festa.
O GP do Brasil de 2019 ficará marcado na memória de quem o acompanhou por um bom tempo. Batidas, reviravoltas e um pódio emocionante foram alguns dos detalhes que envolveram aquela grande corrida, em um dos palcos mais bíblicos da história da categoria e do automobilismo mundial.
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Por Filipe Saochuk – Fala! PUC-SP