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Entenda as acusações sobre Gleisi Hoffmann e os motivos de sua absolvição

Bruno Andrade – Fala!MACK

 

Absolvição da petista pode demonstrar que não há perseguição ao PT na Operação Lava Jato

Em 2014, Paulo Roberto Costa, delatou Gleisi Hoffman e Paulo Bernardo, por supostamente receberem, no ano de 2010,  um milhão de reais em propina para a campanha de Gleisi ao senado. Segundo os delatores, em troca do dinheiro, a senadora articularia com a base aliada para manter Paulo Roberto Costa na direção de abastecimento da Petrobrás – o que configura crime de corrupção passiva. Os delatores disseram que o marido de Gleisi, Paulo Bernardo, foi quem fez a articulação com Alberto Youssef para garantir a propina para Hoffman.

REUTERS/Ueslei Marcelino

Em análise dos ministros do STF (Supremo Tribunal Federal), porém, não há provas que comprovem a culpa de Gleisi e Bernardo no quesito corrupção passiva. Segundo a avaliação dos ministros do STF, não há evidências contra ambos além das delações de Paulo Roberto Costa e de Alberto Youssef. Além disso, os depoimentos dos delatores se contradizem.

No geral, a presidente do PT, foi inocentada pelos votos de Dias Toffoli, Gilmar Mendes e Ricardo Lewandowski. Os três concordaram que não havia provas para a corrupção passiva e nem para caixa dois e lavagem de dinheiro. Porém, os ministros Edson Fachin e Celso de Melo votaram pela condenação pelo crime de caixa dois.

Em seu voto, o ministro Edson Fachin, afirmou: “Conforme atesta a prestação de contas pela denunciada no ano de 2010, não se vê a declaração da referida quantia à justiça eleitoral, tratando-se de omissão que, por si só, materialize o crime de falsidade ideológica eleitoral”. Com essa fala, Fachin votou pela condenação da senadora no crime de caixa dois, pois teria recebido, sem declarar, um milhão de reais para sua campanha. Mas Fachin não viu o crime de corrupção passiva, pois, Gleisi não favoreceu de forma alguma Paulo Roberto.

“Embora seja provável que a solicitação de vantagem indevida tenha sido feita pelos acusados Paulo Bernardo Silva e Gleisi Helena Hoffmann, o conjunto probatório produzido não se revela apto a sustentar essa tese acusatória, o que impediu o reconhecimento do delito de corrupção passiva”, afirmou Fachin.

Edilson Rodrigues/Agência Senado

Em seu Twitter, a presidente do PT fez uma declaração horas antes do início do julgamento: “Há quatro anos, aguardo o desfecho dessa trama. Nada vai apagar o sofrimento causado a mim e a minha família, os danos a minha imagem pessoal e política, mas vejo com alívio o dia em que a Justiça terá a oportunidade de me absolver e restaurar a verdade.”

Mesmo após essa absolvição, Hoffman ainda tem mais três processos para serem julgados no STF. Um deles é a delação premiada de Ricardo Saud, da J&F, o qual afirma que a senadora recebeu cinco milhões de reais, em 2014, para sua campanha eleitoral ao Governo do Paraná.

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