Uma dependente química de 17 anos recém-saída da reabilitação, e sem a menor perspectiva de ficar sóbria. Essa é Rue, personagem de Zendaya, que entrega uma interpretação brilhante para a protagonista de Euphoria. Com temática da vida adolescente da geração Z, a série retrata essa época da vida de forma crua e muito original, quando comparada a outras séries do gênero.
Parecendo uma viagem psicodélica pela juventude com sua estética fotográfica, o programa, criado por Sam Levinson e produzido por Drake, é a grande aposta da HBO e totalmente diferente dos demais programas dessa categoria, por trazer personagens com diversas camadas, atuações de tirar o fôlego, com atores que realmente parecem adolescentes.
Euphoria e o retrato da adolescência
Totalmente o oposto da maior parte dos dramas teens que foram ao ar nas décadas de 1990 e 2000, que em sua maioria são carregadas de estereótipos e com ideias, algumas vezes, irreais da adolescência, que por muitas vezes iludem os telespectadores. Quer dizer, esses tipos de seriados são os preferidos de muita gente e trazem muita identificação para o jovem que os assistem, mas também trazem muita expectativa. E é nisso que Euphoria não se prende.
Com a personagem da Zendaya narrando todos os acontecimentos da trama, em cada episódio conhecemos a fundo cada personagem e todo o contexto que o levou a chegar no ponto presente da série. Euphoria choca por ter muitas cenas explícitas e assuntos pesados: sexo, drogas, gravidez, abusos violência. Tudo o que mais preocupam os adultos nessa fase da vida dos filhos, mas sem perceber a camada mais profunda: os traumas que levam os jovens a chegar no ponto em que chegaram. É nisso que a série realmente foca, por trás de todas as cenas, que muitos consideram apelativas, mas que entram perfeitamente no conceito que o programa carrega.
Quando é dito que a série retrata a adolescência de forma crua, é porque ela traz consigo verdades dolorosas e relacionamentos complicados entre os personagens, com vários questionamentos. Os adolescentes da série são nascidos depois do ano 2000, então, o uso das redes sociais e efeitos e comportamentos que essas mídias causam são muito presentes no show.
Os personagens são todos imperfeitos e erram mais do que acertam durante a série, mas, afinal, a adolescência é isso. Sobretudo, Euphoria merece todo o sucesso que recebe por representar tão bem a geração de jovens perdidos que estão desesperadamente em busca de uma coisa: encontrar a si mesmos.
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Por Sabrina Rodrigues – Fala! Anhembi