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Desencontro de informações deixa médicos perdidos, afirma Dr. Ivan Grava

Médico do Corinthians diz que a volta do futebol só será possível com protocolo de segurança e com aval dos órgãos públicos, e também responde outras perguntas

Na tarde desta quarta-feira, 10, em entrevista exclusiva concedida via aplicativo Zoom, o ortopedista do Corinthians desde 2014, Dr. Ivan Grava, relatou que a volta do futebol deve ser efetivada seguindo protocolos que garantam a saúde e a vida, mas que o “desencontro de informações” do governo brasileiro deixa os médicos sem saber qual informação devem levar em consideração.

Além disso, afirmou que o pedido de retorno por parte de alguns presidentes de clubes do Rio de Janeiro foi muito temeroso, uma vez que um mês atrás ainda se sabia muito pouco sobre o novo coronavírus. Porém, com a volta do futebol em outros lugares do mundo, como Alemanha e Espanha, pode-se observar os efeitos e traçar um plano para o Brasil seguir o mesmo caminho.

retorno do futebol brasileiro
Dr. Ivan Grava. | Foto: Reprodução.

Entrevista Dr. Ivan Grava

Confira abaixo as outras respostas que o médico do Timão nos concedeu:

Algum jogador ou funcionário do Corinthians testou positivo para o novo coronavírus?

Nenhum jogador do elenco contraiu até agora. Porém, temos dois funcionários que contraíram a Covid-19, um deles foi de maneira leve/moderada e não precisou de internação hospitalar. O outro precisou de internação hospitalar e ainda está sob cuidados médicos. Esse funcionário integra o grupo de risco (mais de 60 anos) e tinha algumas comorbidades. Ele adquiriu a doença fora do trabalho, depois do encerramento das atividades do Corinthians.

Durante a pandemia, o DM (departamento médico) está enviando questionários para os atletas e os acompanhando via FaceTime e Skype.

Há algum planejamento do departamento médico para uma testagem em grupo do elenco para Covid-19? 

Sim, desde o dia 20 de abril, juntamente com um infectologista e um imunologista, estamos preparando um protocolo para o retorno. Nele, consta o exame sorológico dos atletas e do staff (comissão técnica) e também o exame de RT-PCR, que é o exame da orofaringe e do nariz, para termos um panorama geral. Tudo isso será feito aproximadamente entre 48 e 72 horas antes da volta dos treinamentos, e, a partir dos resultados desses exames, traçaremos a volta da maneira mais segura possível, sempre respeitando o distanciamento e as regras do protocolo.

Como é a comunicação entre os médicos dos grandes clubes brasileiros e das federações e da confederação brasileira?

A federação paulista e a CBF têm seus comitês médicos, os quais fizeram inúmeras comunicações virtuais e reuniões com os médicos dos principais clubes do Brasil. A pauta sempre foi discutir o melhor caminho para retorno e sempre conversando sobre as mudanças da doença e dos testes que foram aparecendo. A gente aprendeu muito analisando os pacientes ao redor do mundo e, agora, estamos analisando os atletas dos países que estão retomando o futebol. Porém, nunca foi estipulada uma data para o retorno. 

Houve orientação de treinamentos em casa durante a quarentena?

Sim, sempre em conjunto com o departamento físico, foi traçada uma estratégia de prevenção, visando a menor perda possível do condicionamento físico dos jogadores. Assim, estarão preparados para quando os treinamentos com bola voltarem.

Como o departamento médico está acompanhando os jogadores que estavam lesionados antes da pandemia?

Dois atletas estavam em fase final da lesão, então, foi feito um trabalho em conjunto com o departamento físico para finalizarem a recuperação.

Um atleta estava em fase intermediaria, então, ele foi tratado no meu consultório, juntamente com um fisioterapeuta do Corinthians. 

Para conferir a entrevista completa, acesse o vídeo abaixo:

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Por Lucas Paschoalão Cheiddi – Fala! Cásper

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