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Crônica: Histórias de Bruxa Boa

Por Bruna Saori – Fala! PUC

“Histórias de Bruxa Boa”

Às vezes me pego olhando para a prateleira de livros velhos na parede. Não, olho além da prateleira, olho para dentro dos livros velhos e das histórias de minha infância lidas tantas vezes que se tornaram parte do meu ser.

Um dos primeiros livros que recordo ler é “Histórias de Bruxa Boa”, da Lya Luft. Era basicamente uma história de uma avó, que era uma bruxa do bem e ensinava feitiços e poções para sua neta criança, o que a colocava e tirava de algumas confusões. E tenho tantas memórias de ler esse livro em diferentes momentos e ocasiões que não sou capaz de enumerá-las. Mas talvez tenha saído daí meu amor por fantasias fictícias e livros de magia. 

Porém, hoje, mais de dez anos depois da última vez que li tal livro, no meio de prateleiras meio bagunçada numa livraria à meia luz, encontrei um livro fino, pequeno, que teria passado quase despercebido de meus olhos, cercados pelos exemplares coloridos de fontes largas, se não fosse o nome impresso na lombada: Lya Luft. Por mais que saiba de sua importância na literatura nacional, para mim sua obra sempre se resumiu àquele conto infantil de tantas memórias atrás.

Retirei o livro da prateleira quase mistificada, quase que numa reverência silenciosa, absorvendo cada detalhe daquele livrinho de aparência ordinária. E, antes mesmo de ler a primeira página, me vi aos prantos silenciosos em meio aos mais recentes amigos de celulose. Lya Luft foi uma das pioneiras para minha vida literária e estar diante de uma obra dela, tantos anos depois, era quase eletrizante. No final, saí da livraria sem nem ler a primeira página, porém com o coração um pouco mais quente (mesmo sem poder explicar porquê)

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