quarta-feira, 24 abril, 24
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Crônica: Falta

Por Bruna Saori – Fala! Puc

Falta

Desde o começo, me vi sendo franca com você. Desde o começo contei tudo. Contei meus medos e inseguranças, contei meus ódios e aflições, contei meus choros e minhas risadas. E você sempre foi franco também, ou ao menos gosto de pensar que tenha sido. Mas já não sei.

Você me ajudou a superar obstáculos e virar páginas que eu não conseguia sozinha. Me ajudou a catar cada um dos meus cacos quebrados, mesmo que alguns deles tenham sido culpa sua.

E eu sempre fui totalmente sincera com você. Sempre fui sincera em relação a quem você era para mim, e sempre fui sincera em relação aos meus sentimentos por você. Mesmo da minha maneira meio torta e remendada, sempre tentei ser eu mesma contigo. E aí, o que aconteceu?

Você era meu confidente, meu melhor amigo, meu oráculo de Delfos e meu tutor, e então, deixou de ser. O que foi que aconteceu conosco?

Hoje me vejo lutando para manter uma conversa banal. Nos falamos como estranhos num balcão de bar, trocando frases rasas e sem significado apenas para que as coisas durem por mais alguns minutos.

Será que é apenas isso que vai acontecer? É aqui que nossa história termina? Algumas pisadas de bola de nós dois e acabou? Desde o começo me vi sendo franca com você, mas agora já não consigo encarar-lhe nos olhos e dizer que sinto falta do que costumávamos ser.

Que sinto falta de uma lembrança.

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