Registrada pela primeira vez em outubro de 2020, a variante indiana da Covid-19 virou uma preocupação mundial devido ao aumento de casos no país e a sua disseminação no Reino Unido
Legenda foto: Criança realizando teste de Covid-19 na vila de Burha Mayong, distrito de Morigaon, estado de Assam, na Índia. Foto: Anupam Nath/AP
Nova variante indiana da Covid-19
A Índia se tornou o terceiro país a ultrapassar a marca de 300 mil mortos por Covid-19, atrás apenas de Estados Unidos e Brasil. O descontrole no país, consequência da displicência do governo, que chegou a falar em “fase final da pandemia” em março, possibilitou o surgimento de uma nova variante: a B.1.617.
A nova variante foi registrada pela primeira vez em outubro de 2020, mas só virou uma preocupação mundial em maio deste ano, devido ao aumento de casos na Índia e a sua disseminação no Reino Unido. Uma variante é o resultado da modificação genética que o vírus sofre no seu processo de replicação. Quanto mais um vírus é transmitido entre as pessoas, maior é a probabilidade de modificações no seu material genético.
Infectologistas explicam que a variante se tornou mais transmissível desde a sua descoberta, mas esse não foi o único motivo para a explosão de casos no país. Em 12 de abril, a Índia celebrou o ritual Kumbh Mela, maior festival religioso do mundo, o evento reuniu aproximadamente 2 milhões de fiéis. Um mês depois, o país passou a registrar 4 mil mortes por dia por coronavírus.
Por enquanto, ainda não tem nenhum estudo que aponte uma maior letalidade, os sintomas são os mesmos da Covid-19, entretanto, a sua facilidade de transmissão aumenta o número de infectados.
Em entrevista ao G1, o infectologista Gonzalo Vecina explica que, apesar do alerta de preocupação global, a variante B.1.617 não é a mais preocupante até o momento, mas, sim, a variante sul-africana (B.1351), por não ter ainda informações se as vacinas serão eficazes contra essa nova variante da África do Sul.
A Índia está entre os três países com mais mortes no mundo, são 353.380 vítimas da pandemia. Os dados são do Worldometer, site de contadores e estatísticas em tempo real da Covid-19, atualizados às 15h (horário de Brasília) dessa terça-feira (8).
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Por Marcus Vinicius Mendes da Costa – Fala! Metodista