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Coronavírus: impactos ambientais positivos causados pela pandemia

A quarentena ocasionada pela pandemia coronavírus causou uma queda eminente na movimentação das grandes cidades. A redução do deslocamento humano durante a quarentena causou uma série de impactos ambientais positivos, como a diminuição da emissão CO2 e GEE (Gases de Efeito Estufa) na atmosfera, além da redução no consumo de energia.

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Impactos ambientais positivos causados pela pandemia coronavírus.

No entanto, segundo a ABRELPE, a quarentena pode causar um aumento de 15 a 25% na quantidade de resíduos sólidos domiciliares e resíduos hospitalares. É importante que as pessoas infectadas pelo Covid-19 ou que apresentem sintomas da doença parem de separar o lixo doméstico para coleta seletiva, pois seu lixo pode conter o vírus.

Saiba quais foram os impactos ambientais positivos causados pela quarentena

Redução de CO2 (Gás Carbônico)

Em São Paulo, a quarentena para contenção do vírus começou oficialmente no dia 24 de março e, em apenas uma semana de isolamento, os índices de poluição atmosférica na cidade reduziram cerca de 50%. As informações foram firmadas através de uma comparação dos dados atmosféricos divulgados pela Companhia Ambiental do Estado de São Paulo (Cetesb) entre as semanas do dia 15 a 21 e 22 a 28 de março.

Em países estrangeiros, os impactos ambientais não são diferentes. A cidade de Nova York também apontou uma queda de 50% dos níveis de CO2. Segundo o Centro de Pesquisa em energia e Ar Limpo (Crea), o fechamento de lojas e indústrias na China resultou uma queda de 25% nas emissões de dióxido de carbono (CO2), o que equivale a uma redução global de 6%.

O Conselho Central de Controle de Poluição da Índia (CPCB) também registrou uma mudança na qualidade do ar, que melhorou cerca de 33% entre os dias 16 e 27 de março.

Mudanças físicas também foram percebidas. Na Itália, golfinhos foram filmados nadando no porto de Cagliari, capital da ilha de Sardenha e, em Veneza, a água dos canais também ficou perceptivelmente mais limpa depois de uma semana de quarentena devido à ausência da movimentação de barcos.

Menores índices de Dióxido de Nitrogênio

Além desses impactos ambientais positivos, a quarentena ocasionada pelo novo coronavírus também contribuiu para a redução de dióxido de nitrogênio (NO2), um composto químico que contribui para a poluição atmosférica e para a chuva ácida. O NO2 é resultado de emissões de carros e outros processos industriais e é um dos gases responsáveis pelas mudanças climáticas.

Entre os dias 5 e 25 de março, cidades da Europa como Bruxelas, Paris, Madri, Milão e Frankfurt apresentaram uma grande redução nos níveis médios de dióxido de nitrogênio em comparação com o mesmo período em 2019. Mesmo que as mudanças sejam apenas temporárias, elas surtem um efeito positivo no balanço anual de emissões de poluentes nessas cidades.

Após o governo espanhol proibir viagens não essenciais, no dia 14 de março, os Dados da Agência Ambiental Europeia (EEA) revelaram que os níveis médios de dióxido de nitrogênio recuaram 56% em Madri, se comparado com a semana anterior. Já na cidade de Milão, a concentração de dióxido de nitrogênio caiu 24% no mês de março, segundo a EEA.

Imagens feitas por satélites também mostram que a pandemia do coronavírus está diminuindo os níveis de poluição do ar ao redor do mundo. A quarentena, feita em escala global, se tornou o maior evento de redução de emissões industriais de todos os tempos.

Menor consumo de energia

Outro fator positivo para o meio ambiente proporcionado pela quarentena foi a redução do consumo de energia por grandes indústrias e empresas. Segundo o ONS (Operador Nacional do Sistema Elétrico), desde o dia 19 de março, o consumo de energia tem diminuído no Brasil. No dia 22 de março, a queda no consumo energético foi de 8,9% se comparado com a semana anterior.

Com menos energia sendo gasta, houve menor necessidade de geração hidrelétrica, o que possibilita a recuperação do nível de armazenamento dos reservatórios de água.

No domingo, as usinas da região Sudeste e Centro Oeste do país tinham 48,7% de sua capacidade, o que é quase dez por cento a mais que sua capacidade no mês passado. Em abril, a carga de energia do sistema elétrico interligado do Brasil deve ter recuo de 8,1%, segundo o ONS.

Os impactos ambientais positivos serão temporários ou efetivos?

A pandemia e sua quarentena nos mostraram que podemos parar as mudanças climáticas negativas no mundo, como o aquecimento global, a alteração no ciclo do carbono e a emissão demasiada de gases nocivos do efeito estufa. No entanto, assim que a quarentena acabar e voltarmos para nossa rotina, será que continuaremos tratando o meio ambiente com descaso?

Para uma melhora efetiva, e não temporária no meio ambiente, será necessária uma mudança no comportamento dos consumidores e das indústrias, algo que pode se dar pelo impacto econômico da crise pandêmica e pelo aumento da conscientização dos danos que causamos à natureza com nossas ações.

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